INCONGRUÊNCIAS...

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@.live.com

Ser autêntico, verdadeiro, não é fácil. Principalmente em matéria de coerência ideológica. Ah, e o fisiologismo, hein? Essa atitude, postura ou prática de políticos, funcionários públicos em geral, caracterizada pela busca de vantagens pessoais, sem levar em conta o interesse coletivo. Fácil, politicamente, é fazer o marketing da pobreza. Difícil, na prática, é não esbanjar o dinheiro de impostos, ser solidário e sóbrio, não corromper nem deixar-se corromper. Ouvi de um humorista este lance: “Entre os políticos brasileiros há exceções, pois existem aqueles que são honestos. Mas só que eu não conheço ninguém.” Carlos Lacerda tornou-se um ícone da direita. No entanto, quando jovem, era de esquerda. Exemplos a mãos-cheias existem por aí, e a mancheias, ao longo da história. Ser coerente é, de fato, muito difícil. Faça o que eu digo, não o que eu faço... Vira e mexe, sempre há os vira-folhas, vira-casacas...

Na verdade, não existe contradição entre esquerda e direita; existe oposição. Pois existe possibilidade de posições intermediárias, enfim, pode-se passar de um lado para o outro. E como! Termos como bom e mau, honesto e desonesto, doente e sadio, branco e preto, são termos opostos, contrários. Já possível e impossível são contraditórios: é ou não. Uma adolescente não fica ligeiramente grávida, mas pode ficar ligeiramente inconformada.

Essas distinções são importantes no dia a dia e na prática jurídica. Dizer “jamais faria isso” não quer dizer nada, ou melhor, só quer dizer quando, tendo a oportunidade de fazer a mesma coisa supostamente errada, a pessoa não o faz. E depois do malfeito, quando é o caso, comum também justificar o imoral ou ilegítimo com base no legal. Um legal bem elástico para os ricos e detentores do poder. Até Pedro negou a pés juntos que negaria o Mestre.

No entanto, por três vezes... Mas, exemplo para nós: arrependido, fez seu mea-culpa, reconheceu o seu erro e chorou amargamente.