TESTEMUNHO SOBRE O VAZIO
O coração nada mais é do que uma grande sala, ás vezes cheia e ás vezes vazia. E quando ele está vazio se torna um cenário triste, torturante, complexo, sentindo-se a todo momento incompreendido. Nas paredes penduramos quadros de recordações com fotos enorme da saudade dos momentos e das pessoas que sentimos falta. Desejamos uma chuva de sentimentos bons, uma verdadeira enchente para preencher e transbordar a solidão, mas nem sempre essa chuva vem e o que fazemos é continuar a olhar a rua da janela, uma rua que não passa ninguém.
Mora em nós uma necessidade enorme de receber carinho, de ser acolhido e compreendido. Estar sozinho é como cozinhar em águas turbulentas. Tantas vezes é de um simples abraço que precisamos, um olhar que traduza as angustias tão cortantes e duradouras, um afago que traga paz.
É nessa necessidade de sermos amados que acabamos nos contradizendo em muitas ocasiões. Esperamos sempre nossas orações serem atendidas e não buscamos a cura enfrentando os desafios e superando as dificuldades. De fato é necessário bater de frente com os problemas e resolvê-los da maneira mais simples possível, não engolir a seco, isso só vai piorar as coisas, o vazio mastigar os problemas, a solidão cresce na nossa falta de fé.
Não busque substituições, nada pode substituir o que você perdeu ontem, assim como o tempo que passa, casos e pessoas também vão passar, algumas vão partir e outras vão ficar, e poucas vão voltar. Busque preenchimento. Preencha-se de coisas boas, pessoas boas, sorrisos sinceros. Preencha-se com a felicidade de estar vivo e poder fazer algo todo dia para que o amanhã não seja sempre igual ao hoje. Preencha-se de oportunidades novas, de carinhos novos, de situações e casos novos. Deixe aberta a porta da sala do coração, faça uma grande festa e convide quem você gosta valorizando o máximo as pessoas que permaneceram após a ultima garrafa de vinho acabar.