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O QUE JESUS NOS ENSINOU
Ysolda Cabral  
 

 
Nossa, que dia infernal!  Calor demais! Trânsito congestionado às seis horas da manhã?!  Só aqui no Recife mesmo!   E o pior: havia tido mais uma briga feroz com o meu amor, o Próprio.

- Que coisa!

E foi assim que o meu dia começou certa manhã da semana que graças a Deus já passou! 

Resolvi deixar o carro na garagem e recorrer ao transporte coletivo para ir até o meu trabalho – seria mais seguro e menos enervante.

Esbaforida cheguei à Parada de ônibus e a sorte começou a me sorrir, ou o meu Anjo de Guarda resolveu me dar uma mãozinha.

- Afinal o que custava?  

Fui chegando e já entrando num ônibus opcional, com ar-condicionado super gelado, gente bonita, bem vestida, com cheiro de banho e a música ambiente de qualidade repousante e acolhedora começaram a mudar o meu humor. Comecei a relaxar. Contudo, uma rusga de preocupação enfeou mais a minha cara: parecia que todas as suas poltronas estavam ocupadas. Esperar que algum ‘’cavalheiro’’ me desse o lugar estava completamente fora de cogitação.

Fui andando devagar pelo corredor do coletivo, com bastante cuidado pra não cair - dizem que quando a gente passa dos ''25 '' é preciso ter muito cuidado. De repente lá estava ela, uma garota linda, da cor do ébano, sorriso franco, sincero que dizia: aqui há um lugar para senhora.  

- Que bom a gente ter um lugar!

E, no exato momento em que ia me sentar, o motorista deu um freio e eu simplesmente caí na poltrona, quase esmagando a frágil garota que me sorria.

Meu Deus, que vexame! Sentindo-me uma tremenda trapalhona e irada com o meu ‘’leve’’ excesso de peso, olhei para ela com uma cara que a fez cair na gargalhada e me juntei à sua risada e o meu dia novamente floriu.

Logo estávamos a conversar como se fossemos amigas de longo tempo. Ela estudante do curso de Recursos Humanos – logo vi - sabia conversar, porém muito mais ela sabia escutar. Como é difícil a gente encontrar alguém que saiba escutar, compreender, não criticar, nos ajudar a raciocinar melhor! Enfim...

E, naquele momento, ela, uma garota de apenas 22 anos, com toda sua percepção, sensibilidade, inteligência, bondade e carisma, soube me escutar, me acolhendo em seu coração com todo o amor que Jesus nos ensinou.

Obrigada linda Genilda Moreno! Eu lhe devia esta crônica e as flores são pra você.