PEQUENA CRÔNICA SOBRE O TEMPO

Santo, às vezes diabo, o tempo está na linha paralela das nossas vidas. O danado sara, mas também provoca feridas. Dizem até que o tempo “é o senhor da razão”, crescemos ouvindo isso, e assim vamos aprendendo a esperar “dando um tempo ao tempo” que alheio a tudo segue seu curso e com a certeza de que cada segundo nunca é mais, sempre é menos. Diante do mais ser sempre menos, às vezes, bate uma angustia; aí vem a vontade de correr e atropelar tudo o que vem pela frente o que faz aparecer outra necessidade humana: a de aprender a domar, controlar o tempo, e usá-lo a nosso favor. Tarefa nada fácil.

Na verdade, ao se raciocinar sobre o elemento tempo, chega-se à conclusão de que não existe essa dele passar rápido como aprendemos desde cedo. Ora, o tempo segue no seu ritmo sem presa nenhuma, no seu curso natural. Nós, enquanto humanos, é que insistimos em lutar contra ele. Passar por cima dele deixando de respeitá-lo. É fato: o tempo merece respeito.

Uma certeza aparece cristalina na frente dos olhos: o tempo segue forte deixando marcas, deixando lições, ensinando, como já observava o sábio Salomão lá no seu Eclesiastes que debaixo do Céu há momento para tudo e tempo para cada coisa.