ADEUS !
"Talvez a única coisa que me doa mais do que dizer adeus é não ter tido a oportunidade de me despedir de você." (anônimo)
Ultimamente venho dando tratos à bola e, pensa aqui, pensa acolá, achei bastante interessante deletar do meu dicionário a palavra "ADEUS".
E, antes que me perguntem por que, vou logo adiantando; outras expressões, comumente usadas, são muito mais prazerosas do que aquela.
Vejam, por exemplo, o "até logo"; preciso, sem dúvida nenhuma quer dizer que, brevemente, vamos tornar a ver-nos.
O "até amanhã" não poderia ser mais claro.
O "até já" reduz, mais ainda, o tempo de separação.
O "até um dia" já fica bem mais próximo do adeus, mas não exclui a hipótese do reencontro.
Tem, ainda o resignado "até quando Deus quiser", que deixa ao Senhor a decisão sobre se haverá ou não outro face a face, mas já considerando a hipótese como algo extremamente difícil de acontecer.
Mas, amigos e amigas, o "adeus" tem o toque da definitiva separação, soa como o último grito do afogado, como a negra cortina da morte!
Tem todo o peso da solidão, da beira do atro abismo, como a boca esfaimada do vórtice medonho.
Tem o gosto salgado da lágrima vertida, que rola tristemente sobre uma face contrita, tem o acre sabor da infelicidade, vem carregado da incontida vontade de desistir de tudo... de morrer!
O grande poeta, Vinicius de Moraes, vem em meu socorro ao versejar:
"Bom dia, amigo
Que a paz seja contigo
Eu vim somente dizer
Que te amo tanto
Que vou morrer
Amigo, adeus."
Risco o vocábulo com prazer, muito embora saiba que, mesmo um adeus, não seja definitivo, pois, como católico, creio na vida não terrena. Mas a conversa, aí, vai ficar muito mais comprida...
Então, para que meus sonhos continuem coloridos, prefiro dizer a todos, com muita satisfação – até já!
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(dedicado a todos os amigos e amigas que detestam dizer "adeus")