O TEMPO E O VENTO
Desde pequena, o soprar do vento gerava-me medo e insegurança. Vento... oscilações climáticas, quereres, interrogações, não quereres, bons e maus presságios.
Aos seis anos, meus primos, meu irmão e eu brincávamos de casinha quando o vento derrubou nosso castelo. Meu irmão, que não saiu a tempo, ficou preso entre as toras de eucaliptos. Entrei em pânico. Pensei que ele havia morrido. Felizmente, trabalhadores que se encontravam no local, socorreram-no. O estrago foi uma fratura exposta no braço esquerdo; e um longo “sermão” de meus pais e de meus avós.
Quando adolescente, numa tarde fria e chuvosa, fomos à praia. Acreditando que sabia nadar, enfiei-me n’água. Por pouco, não me afoguei. Os ruídos da chuva e do vento eram tão intensos que o grupo e os demais banhistas não ouviram os meus gritos por socorro.
Em dezembro de 2006, numa sexta-feira sombria e ventosa, quando retornava para casa, vi uma marquise cair em cima de uma pessoa. O acidente ocorreu na Av. João Pessoa, Bairro Cidade Baixa, próxima à Rua República. Desesperei-me. Nada podia fazer. Uma vida teve seu ciclo interrompido frente ao descaso dos proprietários do prédio.
O vento, por mais brando que seja, dependendo do momento e do lugar, pode trazer consequências dramáticas. Se artificial: ventiladores, ar condicionados e circuladores, aumento da conta de luz.