Velha máquina de escrever
Antes de softwares... Discos rígidos... Programas... As últimas novidades de tecnologia...
Relembro o dia no qual ela entrou em minha vida, a exatamente a vinte e dois anos, quando fiz quinze anos.
Não quis festa...
O meu presente maior para a época seria uma máquina de escrever.
Uma portátil Olivetti Lettera 82.
Tão pequena, porém, detentora de meus maiores sonhos de algum dia ser uma escritora.
No entanto, nem tão poderosa quanto a minha nova amiga.
Mas como já disse, passaram-se alguns anos, os sonhos continuam os mesmo, as antigas sensações e emoções.
Tempos atrás, os meus dedos tocavam letra por letra para formar uma palavra... Outra... Outra... Até formarem frases... Textos completos.
Agora num lugar especial da casa, deslizo minhas mãos sobre o velho teclado que, embora apesar dos anos passados, ainda continua intacto, porém, devido à falta da fita, não compõe uma poesia sequer.
Fico buscando em meu imaginário recriar os mesmos sonhos de antes, sendo os mesmos em tempos atuais, no entanto, um pouco mais calejados pela vida.
Estou aqui!
Estou viva!
Enquanto estiver respirando, vou dar continuidade aos meus planos... De sempre cogitar e imprimir as idéias, os pensamentos e principalmente as emoções que trago aqui dentro de mim.
Não faz sentido o que ou quem eu seja.
O importante é que eu saiba quem eu sou...
A esta altura da vida!