Pensei estar apaixonada
Pensei estar apaixonada. Não sei se foi pela voz ou pela barba mal feita ou se havia um componente surpresa que eu não percebia. Pelo tipo físico é certo que não foi, pois homens como ele nunca havia chamado minha atenção antes.
Quem sabe não foi pela atenção. E pelo carinho. Acho que eu estava mesmo era carente. Não havia outra explicação, eu não gostava de quase nada nele. E como se não bastasse ele ainda resolveu me esnobar. O que me enfureceu. Ora, onde já se viu? Um homem que não me atrai em nada e que eu nunca paqueraria, simplesmente me esnoba. Deixando o meu ego no chão.
Ego, essa é a palavra que todos procuram. Eu estava cega de tanto ego. Tão cega que o sentimento me parecia amor, já que ambos não enxergam nada.
Eu precisava que ele se apaixona-se por mim só para provar que eu era boa o suficiente, que era capaz de faze-lo sofrer também.
De repente comecei a me sentir ridícula. Mendigando um amor que eu nem ao menos queria, de um homem que jamais me faria feliz.
É isso mesmo, nós dois não possuíamos afinidade alguma. E não havia motivo algum para toda essa situação. Mesmo assim eu precisava faze-lo sentir alguma coisa. Era injusto eu sentir sozinha, mesmo que fosse raiva.
Então comecei a esnobar e tentar fazer ciumes de todas as formas possíveis. Eu queria castiga-lo por não sentir o que eu também não sentia!
(Talita Horn)
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