ENTRE O CHÃO E AS ESTRELAS

Da primeira pisada nesse chão, desde o primeiro passo do homem nesta Terra, eis que surge uma busca sem horizonte finito. Nas entrelinhas das descobertas dos modos de viver e sobreviver, do encontro com o fogo, da invenção da roda, do surgimento da escrita em meio às relações humanas inerentes ao dia e a noite, do mais tosco prazer aos devaneios às estrelas, o homem procura a outra ponta do novelo.

Fio invisível da Vida... Este que percorre os labirintos das gerações encontra monstros e ocultamente habita os mais variados versos andantes, versos errantes...Versos que buscam a saída perfeita, num simples soneto de quatro letras, onde uma delas está na palma de sua mão.

Nenhum Prêmio Nobel desvendou sua fórmula e não há magnata que o compre com montes de dinheiro e nem autoridade viva que exija. Uns buscam no viver com os corações alheios, a sua chave... Outros sobem montanhas em busca de encontrá-lo, numa brisa ou nos pontos reluzentes do céu, já outros navegam nos veleiros sobre o mar e conversam com a Lua. Sabe-se que está entre o chão onde brotam as flores e o teto de estrelas sem fim... Dos poetas simplesmente, a Vida.

Não foram contadas as lágrimas e sorrisos percorridos nos versos da ladeira a sua procura, não se sabe se realmente é como um novelo, e se o é, se existe a outra ponta ou é um novelo contínuo, sem ponta, embolado e amontoado em duros nós, sem começo nem fim.

É o Amor, por ele só, sonho mais desejado dos sonhadores... E quando for sonho sonhado, realidade o será, coração sem arestas, apenas as da estrela que reluz no Infinito, no seu grande poder de mover os versos, Amor, simplesmente Amor.