Quem pagará o prato?

Humor - fatos pitorescos

Ontem, dia 5/11 tive motivos para lembrar-me da seção Rir é o Melhor Remédio das Seleções Reader Digest. Sempre temos seleções de situações pitorescas em nossas vidas. Com convite para jantar em cinco bons restaurantes de BH, o prazo venceu ontem enquanto eu comia, em casa, uma pizza pré-pronta, congelada, de gosto indefinido. No inicio dos anos 80, fazendo residência médica, ganhei um convite de laboratório farmacêutico, para o casal, para participar de congresso médico realizado no Maksoud Plaza Hotel em São Paulo. Lá chegando encontrei um colega de residência e esposa, também recém casados como nós, e comendo financeiros nós como a gente, tudo contadinho para o dinheiro render: nossos salários era o mínimo da época e nossas esposas eram estudantes ainda. Assistimos às conferências e no final foi anunciado um jantar no restaurante do hotel. Meu amigo levantou a lebre, quem pagará o prato? Perguntamos a algumas pessoas sobre o jantar, mas ninguém sabia responder, e também não sabíamos perguntar, procurando esconder um fato: não tínhamos dinheiro para bancar restaurante Maksoud. Tomamos nossos banhos maksoudianos e descemos. Meu amigo insistiu e pôs medo: não vou arriscar, tô duro! Vamos sair para jantar em outro lugar, vocês topam? A mulher dele nos fez uma cara de pelamôr de Deus. Afastamo-nos deles e conferenciamos: e agora? Decidimos sair do Maksoud os quatro e fomos caminhando por ali: nada de restaurantes, apenas bares fajutos. Decidimos então por um sanduíche de lombo com refrigerante e conversamos sobre planos futuros e estes et ceteras de início de vida profissional. Quando retornamos, ainda havia grande movimento e animação no restaurante do hotel, subimos para o apartamento, curtir aquelas mordomias que nos foram proporcionadas. No dia seguinte, surpresa! Sentiram nossa falta e nos perguntaram: onquicês tavam? Não os vimos no jantar. Como eram nossos preceptores e devíamos reclamar sem reclamar que nosso salário era uma miséria, fomos sinceros e contamos o que fizemos. Um deles disse, num relâmpago, era de graça, oferecido pelo Congresso! E mudou de assunto, talvez prevendo nosso constrangimento. ôtorrino até hoje, embora seja cardiologista!

Gilberto Profeta
Enviado por Gilberto Profeta em 06/11/2013
Reeditado em 06/11/2013
Código do texto: T4558961
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