AS RENDEIRAS
AS RENDEIRAS
Diante de uma almofada, coberta de alfinetes e sentadas numas simples cadeira, podemos encontrar as laboriosas rendeiras.
Com suas mãos ágeis, brincando com os bilros, produzem as mais belas rendas.
Fica-se extasiado, vendo uma agilidade em seus dedos, num emaranhado de linhas e bilros, como se estivessem acompanhando um rápido som musical, elas dançam com as mãos, transformando-se em verdadeiras maestrinas.
Desde a infância, seguindo a tradição de suas mães e avós, elas começam com a sua magia e arte: o belíssimo e artesanal trabalho.
Quantas noivas, diariamente, vem procurá-las para enriquecer seus enxovais.
É com imenso carinho, que as belas rendas convivem em nossos lares, da mesma maneira que as flores embelezam nosso jardim.
São internacionalmente conhecidas e cobiçadas.
Turistas se acotovelam para assistir ao balé sincronizado dos dedos das habilidosas rendeiras, ao tecerem, singela e modestamente, suas maravilhosas rendas.
Podemos encontrá-las no norte, nordeste, sudeste e, também, na bela e paradisíaca Lagoa da Conceição em Florianópolis.
Foi uma rica herança trazida do além-mar das encantadoras ilhas dos Açores e Madeira, onde seus ancestrais, habilidosos na arte de tecer, criaram estas verdadeiras maravilhas: AS RENDAS DE TODAS AS CORES, DE TODOS OS TAMANHOS E PARA TODOS OS GOSTOS.
É um entrelaçar de costumes, de vivência, de riqueza material que enobrece aquelas que, modestamente, tanto contribuem para a grandeza e prosperidade do nosso querido Brasil.
Curitiba, abril/2007.
Texto inserido no livro da autora: Quando florescem os Cafezais
Dinah Lunardelli Salomon