Meditações Meditabundas.

Freedom, man, freedom! Livre e morto de sonhos e anseios, rastejo sob as sombras das pedras tórridas do deserto dos desejos... Marquei um encontro com Deus, esperei... esperei... esperei... Queria fumar um baseado, mas cigarros não haviam mais, sequer o corpo era reconhecido como matéria...

Bebi tanta cerveja nos últimos 22 anos que daria pra reabastecer o velho Rio São Francisco somente com ela, a maledeta, que tantas tristezas e alegrias me trouxe... Um brinde à cerveja e a Koko Taylor! Ou yé!!

Com a boca seca e a cabeça querendo enlouquecer, prossigo, sem corpo, sem matéria, confuso, equivocado e contraditório... , ouvindo Joan Baez debaixo da cajamangueira do fundo do quintal de meu avô, em 1.983..., num tempo em que minha avó torcia o pescoço das galinhas até seus olhos pararem de piscar e fazia sabão de cachorro, mas não era uma pessoa má, apenas a necessidade...

Nunca gostei da morte! Sempre a vi como uma tremenda covardia, principalmente a morte dos fracos, mortes trágicas, traumáticas. Tem vezes que até praguejo esse deus que os homens inventaram para nos acalentar, um deus que nos criou cheio de defeitos e descartáveis, bem longe da real semelhança do que quer que seja um deus...

Enquanto isso, o que fazer com aquele coleóptero que está agonizando de cabeça pra baixo há aproximadamente duas horas? O que fazer com as contas do mês, a crise interna, a má-distribuição de renda, a fome na África, a crise no oriente médio e os meteoritos que podem cair em nossas cabeças a qualquer momento? Acreditar que nos desenvolvemos dos macacos é ultrajante? Em sendo assim, aonde vamos parar?

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 02/11/2013
Reeditado em 02/11/2013
Código do texto: T4553259
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