Às vezes eu penso...

.Um discurso de despedida de um escritório com muitos amigos e mais uma história para contar....

Às vezes eu penso que é tempo de mudar

De parar

Descansar

Olhar mais o mundo e os seus encantos

Entoar cantos à natureza

Assobiar com os pássaros

Mas trabalhando descobrimos que o mundo é um giro constante

Que os ganhos financeiros de hoje

As perdas financeiras de amanha

Revelam um palco onde a realidade é a atriz mais importante

E nós geralmente, meros figurantes

(necessário é trabalhar)

Dormimos assim

Sonhando com uma realidade fantástica

Acordamos assim

Imaginando que ela é possível

E possível é...depende muito de nós mesmos

De nossa confiança, de nossa capacidade técnica e...de nossa moral e ética

Não acredito que um Homem se realize julgando-se mais inteligente do que o outro

Acredito que o Homem realizado é aquele que segue a viagem sem macular a ninguém

Inclusive a si mesmo.

A correção diária de um Homem está em si e nos amigos que ele seleciona para caminhar ao seu lado...

Mudança, transformação, novos ensaios, grandes performances

Quando saímos de um espaço, ele não fica vazio

O vazio é uma imaginação de quem fica

Quem parte leva quase nada, apenas o que tem em suas gavetas

E o que guardou em seu coração

O que ele deixa?

Saudade...apenas Saudade (e a saudade não é um vazio)

Quem parte poderia receber uma homenagem em forma de estátua

Um quadro na parede

Ou quem sabe um filme de sua vida profissional lançado...

Primeiro numa grande tela

...Depois para o futuro no grande espaço sideral

Mas...e os amigos...e os papos colocados ao léu?

Milagres acontecem?

Quantas vezes falamos deles zombando...

Anjos existem?

Quantas vezes eles estiveram aqui ao nosso lado

Em forma de conselhos, avisos, experiências de cada vida

De mim, de vocês, todos anjos atuantes em nosso meio

Por que você é um Anjo...

Que talvez não descobriu ainda o poder das suas asas.

E os endereços?

...O Posto Universitário

...O Teporti, a Braskarne, O balcão da Infraero

...A CSAV, A CMA-CGM. A Schenker, A DC Log.

…E tantos outros e outros tantos

...Os restaurantes da beira-rio.

...Opsss...O Bailão do Silva (quase esquecendo) e ainda não sabendo aonde é...rsrs.

Amizades podem ser daquelas ferradas

Guardadas a sete chaves

Daquelas de segredos impublicáveis

De planos mirabolantes e audaciosos

Mas pode ser aquela amizade simples

De apenas um olhar e já está tudo entendido

De uma palavra ao contrário e um pensamento confuso

Descobrimos de repente que nossos pensamentos se contradizem

E gostamos disto... Não acreditávamos que existisse um mundo além do nosso

E na contradição descobrimos que existe

E está em nossa frente... Na mesa em frente.

Isto acontece

Quando temos uma grande e simples amizade

Os amigos estão ao nosso lado

Não para apagar o fogo, pagar a dívida, saldar o cartão

Ou dar uma carona de uma cidade para a outra

Mas é tão gostoso ter amigos aqui do lado esquerdo

... Tão perto do nosso coração

Amigos que riem de nós

Debocham

Chamam a nossa atenção

Invadem as nossas mesas com os seus trabalhos

E por vezes descaradamente a nossa privacidade...e ainda riem de nosss medos.

Pedem-nos silêncio quando o que mais queremos é gritar com eles...

A despedida

Eu tenho um segredo para revelar neste dia que é o último dia antes do amanhã..

Em que vocês não estarão mais aqui, pois os levarei junto em meu coração.

... Eu amo vocês meus amigos que tantos trabalhos colocaram em minha mesa

... Que tantos sabores deram aos meus dias

Em dias em que sais eu trazia em minha alma, encontrava açúcar faltando no pote

E sorria... Suas vozes em desculpas esfarrapadas, em disfarçadas cumplicidades revertiam ao meu espírito ...E ao encher o pote de açúcar...Eu enchia na verdade a minha alma com a doçura de suas amizades.

Confesso que nem queria colocar leite no café (o porque da vaquinha)... Mas ficava mais gostoso.

Quantas vezes olhamos pelas janelas os pingos de chuva

E reclamamos do tempo... Que nada devia a nós e sim nós a ele.

O tratamos muitas vezes pela sua insensibilidade com as nossas fúteis razões

Ele já estava aqui quando chegamos e nós devemos a ele a nossa sobrevivência

E os Ventos que ruidosamente levantavam as persianas curtas é verdade,

Deixavam transparecer o brilho do sol em cada olhar amigo aqui dentro

A melhor luminosidade neste ambiente é a luz que cada qual traz em seu peito

O nosso olhar deve resplandecer o que temos no coração

Também é verdade que as lentes dos óculos (sempre) arranhadas atrapalham a visão

Mas nada atrapalha mais do que a falta de uma vidraça

Uma abertura para ver a vida que corre lá fora

Senão ela passa e nós não a vivemos apenas olhamos às suas costas

Como se vivêssemos apenas o passado.

O Mundo é célere, ou o Homem o faz correr mais do que ele gostaria

Suas entranhas já estão corroídas ao extremo

Que o diga o petróleo, as águas doces e dos mares, os minérios,

As matérias primas.

E neste vai-e-vem a informática por momentos nos atrasou

Descobrimos on line que ficar off significa que Grandes telas não são grandes redes

Horas paradas, clientes reclamando, erros de digitação, de interpretação

Normal? Talvez... Num mundo 100% errar não é humano

Então... Os erros não são nossos, mas dos outros ou do sistema

Para evitar danos maiores, buscamos a conciliação, mas damos nomes particulares aos acontecimentos.

Enfim,

É chegada a hora

Mais uma etapa da caminhada.. Importante sempre, sempre... Selecionar com quem caminhar

Ahí (como se escreve em Joinville) está a sabedoria da caminhada.

Boas companhias nos acrescentam grandes valores ou nos ajudam a manter os melhores que já temos ...

Um grande abraço a todos ...

Robertson
Enviado por Robertson em 01/11/2013
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