Vitalidade em 60 anos e a APL
De 1953 a 2013, o jornal Correio da Paraíba caminha pela cidade; depois de visitar tantas casas, ser desfrutado por tantos leitores, partiu da terra de origem para outras cidades, até o sertão, dando-se à leitura do Estado. A isso foram necessários atos de coragem e dedicação de várias pessoas, das mais simples, como a de limpar a linotipo ou a de varrer o salão gráfico, às intelectuais da sala de redação suja por papéis amassados de textos inacabados. O mais árduo desse trabalho sempre foi a perseverança de manter a periodicidade do jornal; uns, com a onerosa responsabilidade de escrevê-lo semanalmente; outros, dedicando-se ao jornal, quotidiana e diuturnamente, não deixando espaços vazios nas suas páginas; e aqueles do esforço maior: a edição na sua inteireza.
Orgulha-me minha modesta participação na história deste jornal. Às 17 horas do dia 22 de janeiro de 2007, faleceu, em João Pessoa, Francisco Pereira Nóbrega, professor, filósofo, teólogo, poeta, escritor, romancista e exímio cronista, que deixou uma grande lacuna na coluna Opinião. Em 15 de agosto de 2007, assumi a Cadeira 33, então ocupada por ele, na Academia Paraibana de Letras, quando a editora Lena Guimarães, ao dizer eu possuir características do perfil do cronista Francisco Pereira, convidou-me para substituir esse meu ex-professor, o que faço, desde então, todos os domingos. O Correio da Paraíba é pródigo em haver tido, como agora, cronistas da APL. A partir do ex-presidente Afonso Pereira, de Ascendino Leite, que, conforme o documentário de Lúcio Vilar, muito contribuíram para a robusta estrutura sustentar de pé, até os dias de hoje, este fiel periódico. Dentre esses imortais ex-cronistas deste Jornal, não deixo de citar os ex-presidentes da APL Luiz Augusto Crispim, Gonzaga Rodrigues e Wellington Aguiar.
Assim, da editora Lena ao culto Walter Galvão, sob aprovação do diretor geral José Fernandes, do superintendente Alexandre Jubert, da diretora executiva Beatriz Ribeiro, da respeitável Consultoria Editorial, em companhia dos confrades Carlos Aranha, Carlos Romero e Evaldo Gonçalves, sinto a sã vaidade de colaborar com este jornal. Na publicação “60 anos – Correio da Paraíba – Em dia com a história”, elogia-se “Teotônio Neto, o fundador”; em seguida, o atual proprietário do Sistema Correio, “Roberto Cavalcanti, o navegador”. Além de navegante, Roberto se revela timoneiro, bússola através de tantos mares, ao dirigir o timão com competência e sempre repetindo Fernando Pessoa: “Navegar é preciso”...