O preço da felicidade

A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor...

"O sofrimento é o intervalo entre duas felicidades.

Vinicius Vinícius de Moraes - 100 anos

Estou ha uns dois dias com essa frase no baú da inspiração, pensando onde o poeta quis chegar...em lugar algum, pois a felicidade é que sempre chega. Realmente nada é pra sempre, nenhuma dor ou sofrimento. O sofrimento ha mesmo de morar entre duas etapas de felicidades, a que foi, ou deveria ter sido, ou a que vem, sempre vem, fazendo escândalo de risadas sonoras, ou calada pra nos surpreender ainda mais.

Gosto muito de escrever crônicas e essa frase daria um tema de palestra, uma tese, um livro...

Não deixem seus intervalos virarem a fase mais longa, busque suas etapas de felicidades.

A felicidade, como diz Vinícius pode estar mesmo na sutileza da gota numa pétala de flor.

E quiçá, como diria ele no olhar inebriante e sedutor de uma mulher. São demais os perigos desta vida...outra poesia. Enfim, a felicidade pode estar num acordar na hora do crepúsculo, na madrugada insone, na manhã na areia branca ou na relva, numa cantiga de ninar, num encontro, reencontros, num abraço, ou até mesmo em um extrato bancário. Sim, porque não?

Sejamos honestos com ela, deixemos ela chegar e nos dizer o que tem pra nós.

Isto ou aquilo...

A poesia é pra mim, o estado de felicidade plena das palavras. Creio que Rubem Alves concordaria comigo.

Pode-se estar saudoso de um amigo, mas sinta-se feliz em escrever pra ele. Ontem eu estava murcha, hoje estou desabrochando de inspiração e perseverança neste momento.

Um café num fim de tarde, um violão a noite, e na madrugada o sonho inesperado.

Um compartilhar de copos, de vozes e sussurros, ah que gostoso...

A felicidade custa o que podemos ser de melhor, esse é seu preço.

Outro dia, assisti o final de uma palestra, e o palestrante disse; Viaje pra dentro de você. coloque bolero de Ravel e viaje...

Isso é felicidade. O prazer de estar com você mesmo, e nessa viagem há de encontrar algo precioso, a fim de trazer pra alguém.

O sofrimento é mesmo apenas o intervalo, onde nos perdemos nessa viagem dentro de nós.

Não achamos nada de bom pra trazermos na bagagem, que frustrante. Não saímos sequer do

desembarque, e já queremos voltar. É o estado amarrado da busca.

Eu sou alguém que é capaz de sentir-se feliz com um grande beijo, com uma pequena poesia, uma frase, com uma foto, com uma música, com a visão de um pássaro se banhando na terra, com um gatinho ronronando, com uma viagem de dias, ou um momento apenas pra me saudar intimamente.

Nada de dizer se é fácil, ou difícil, se é apenas exercício, se meditação. Não estou aqui pra

sugestões de auto ajuda, nem conselhos orientais, mas apenas um olhar mais atento ao 100 anos de felicidade que um poeta pode ter...

Mônica Ribeiro

01/11/13

Mônica Ribeiro
Enviado por Mônica Ribeiro em 01/11/2013
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