Elegante, discreto. Separou-se de mim.
O sentimento muda a forma no pensar quando algo não vai bem. E assim a gente viaja para o espaço em busca de uma solução, abafado solitário, enfastiado a doce outrora de um amor interessante dominador, que um dia foi.
Confissões enunciadas, saciadas em gestos e gemidos, de riquezas que iluminaram os nossos dias. Às vezes, gritava o seu nome por dias sem saber se você me ouvia. E no quarto o meu corpo gemia. Repartia o seu olhar, numa segura harmonia e discreto me olhava com sabedoria. Nossos corpos se juntavam meu amor nos momentos delicados, transparente, eu te adorava... Deitava meus olhos fechados, sobre todo acontecimento. Não queria te perder meu querido para o tempo.
Reservado elegante, o meu nome murmurava entre todas as seus caprichos, e claramente eu percebia, que você meu amor, atravessava, uma nevoa, de tédio. Tão densa, que o tormento se tornava visível, entre, seus murmúrios delicados, entre sua alma, e a minha vida. Por vezes, numa imobilidade determinada, por protesto, desenterrava num esforço. A imensa camada, que se cobria de alegria, de querer viver. Mas tombava em seguida em uma tristeza profunda. Anunciando, o seu repouso eterno.
Uma noite em meu quarto, consultei minha solidão, e num esforço lhe pedi que fosse camarada comigo. Os meus sentimentos, não encontrava outra forma para viver. E viver para que? Se as páginas cor-de-rosa da minha agenda murcharam, sem o seu perfume. Hoje, espalho no meu quarto, um olhar de esperança, no meu viver. São momentos de saudades que suspiram, feito loucos. Querendo te ver.
Não tenho mais você meu amor, e nada é mais cruel estar sem você, mas reforço os meus dias, do amor que, ficou no fundo do meu coração. A sua imagem vague-a através dos meus sonhos, e assim remove o lodoso charco, que ficou na minha alma e sabiamente declaro a você, que no sono inquieto, juntam-se, a melancolia e a alegria, num capricho de um riso, vitorioso. Morto! Tu estás. Separou-se de mim, como a agulha da linha. Mas fizemos maravilhosos bordados, dentro, das nossas almas. A minha alma está vazia, mas se ergue ao sentir os raios do sol... Um sol novo, um sol espiritual, que, se ergue sobre a minha vida. Docemente embalada, sobre o seu espírito. Que me leva a sonhar, num sono profundo, e que sinto suas mãos, macias, perfumadas a acariciar minha alma e meu corpo. Numa comunhão mecânica, na luta, por nossa matéria.
Tornara espírito, mas, repousa ainda em mim, o seu corpo quente. Que arrancam de mim calafrios. Envolvido a saborear a certeza, que, vai estar sempre perto de mim.
Escondendo-me na luta contra a força e a matéria e me escondo sobre um sentimento, que se torna natural, quando á comunhão de uma vida e de uma alma a quem amamos um dia e que foi arrancada dos nossos braços. Retorcendo em gemidos, de gestos, de protesto. Querendo ficar. E assim, num repouso não desejado, sem bocejos sem nada se foi o meu doce, e grande amor!
Neire Luiza Couto
31/10/2013
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