Lisboa
A minha capital és tu, Lisboa. Penso-te o nome e mergulho em mil evocações de quente claridade, de água e luz, de gente apressada, parada, ali posta como parte vital do tempo que força outras verdades e diferentes emoções. Azul e água. O Tejo exposto e manso, o cinzento das asas e o voo circular das gaivotas na margem. Espelham-te azulejos, vidros, amores, mágoas e as pedras, rugosa pele que te define os caminhos, não dizem da idade das tuas emoções mas revelam as minhas. Evoco-te e sinto que, em ti, me reencontro com a juventude. Andei muito de mãos dadas, a escutar-te, áspera, amante, sonolenta, tranquila. Em ti me achei preso, perdido, anulado. Renasci dos teus segredos, bebi do teu doce veneno e o que sobra é este recado ainda ameno, saldo de tantos passos gastos para te viver. Nem sempre feliz mas sempre Intensamente.