Desabafo
É estranho afirmar isso,
E de certa forma desabafar isso,
E não é fácil dizer, mas é preciso
Desabafar e contar
Houve vezes das quais,
Desejei não estar mais
Houve vezes das quais,
Me senti sem pernas
Sofrendo por, não sei
Besteiras sem razões
Solução que não tinha medo,
Tinha enfrentamento e covardia
Tinha uma decisão forte
De olhar pra um copo de água e cinco comprimidos,
E achar que isso é uma mameira de deixar passar,
De não olhar mais pros lados errados tomados
Sabe, que foram meios sem vida
Sem laços fortemente amarrados
Tudo que não era mais meu
Era de um meio que sempre foi dos outros
As pessoas pensam que viver é fácil,
Que não tem nada com depressão, ou alucinação
Eu digo que é tão difícil aguentar,
Que tem horas que um grito só não é o bastante
Tudo nunca sai do jeito que é,
Do jeito que esperamos que seja
Nada é como é
Como o que tem que ser
O meu ponto final, era relevante
Um ato de falta de coragem,
Misturado com o lado prático, sem vergonha
E das vezes que tentei, meu corpo foi se recuando
Saber enfrentar é que é a chave da limitação,
Ter um pingo que seja de fé é o mínimo
Não que todos que fazem isso sejam extremamente covardes,
Só lhes faltava mais crença, e opção
Hoje me vejo, assim um ato voluntário de me conhecer
De não me deixar de lado, mesmo querendo muito fazer
Hoje sei que, por mais que brigue e me machuque muito
Até não suportar mais ver ninguém, sei que tenho minha chance,
Pois meu corpo me provou isso, não me deixando ir
Meus olhos não ficaram apagados com o sono
Meu corpo teve capacidade de se levantar pela manhã
E me ver diante do espelho
Não vou ser hipócrita em dizer,
Que não sinto meus medos e depressões
Que há momentos de dor no meio do vazio
Que meu ato ainda não se foi de vez
Só me seguro um pouco mais
Só tento não olhar pros lados errados
Só vejo o pior ao meu redor,
Me mostrando que há mais por ai sofrendo de coisa bem pior.