Adeus aos sérios cabelos brancos!
Abro uma destas revistas de circulação nacional, da qual sou assinante, e folheio rapidamente a procura de alguma notícia interessante. Notícias de corrupção nos governos já não me interessam e menos ainda o aumento de salário de deputados, para o que de imediato puxo a descarga. Não que eu seja uma cidadão omisso, daqueles que vai levando a vida sem reclamar de nada. Ao contrário! Mas para saber o que a acontece de ruim em Brasília ou nas capitais dos estados, basta-me abrir um site com redação resumida, ou simplesmente usar o controle remoto da televisão. As editorias de revistas têm que observar isto, e apresentar assuntos inéditos.
Na página dedicada a ladrões, falsificadores, estelionatários e assaltantes deparo com uma notícia que me chama a atenção; “Vovôs Metralhas”, em que o jornalista narra que velhinhos acima de sessenta anos estão tão atuantes como qualquer jovem e saudável militante do crime organizado. O que quer dizer isto? Que já não podemos confiar em cabelos brancos, o que o texto da revista sugere. De imediato providenciei tinta de cabelos para re-colorir minha cabeça cor de neve, seguindo o conselho de minha vizinha quarentona que garante não existir nada mais rejuvenescedor do que uma boa pintada.
O trio mote da notícia é descrito como velhinhos que circulam pelo bairro do Ipanema, no Rio de Janeiro (tinha que ser no meu Rio?) e segundo informam vítimas metem medo, principalmente quando mãos trêmulas empunham um revolver com o dedo no gatilho. Informa ainda o texto da revista que o delegado local teria afirmado que os velhinhos praticam outro tipo de crime, o golpe do bilhete premiado, uma ação criminosa que realmente chamaria a atenção se executada por algum jovem. Fingem que ganharam na loteria, começam a encenar fingidas emoções e propõem a venda do falso bilhete premiado por um valor irrisório. Como desonesto não é só o “vovô”, mas também o chamado incauto, de olho no gordo prêmio, mostra-se generoso e se nivela ao criminoso ao achar que ele é que está dando um golpe, ai se ferra!
Voltando aos cabelos brancos, o mais famoso da Bahia e do Brasil é do ex-prefeito, ex-governador ex-sonhador com a presidência e atual senador Antônio Carlos Peixoto Magalhães – ACM, que depois desta certamente também volta a pintar os cabelos. Seus observadores garantem que há muito ele não dá uma pintada se limitando a passar um pouco de saliva. E se cabelos brancos deixam de ser garantia de honestidade, não só o “cabeça branca” do Senado fica sob risco de suspeita; o presidente Lula, por exemplo, já passou dos sessenta anos e apresenta cabelos e barbas brancas.
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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, de cabelos brancos, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, e promete que para não correr risco parou de dar carona a velinhos ou velhinhas de cabelos brancos, só o fazendo agora para as jovens com antecedentes!