VI BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE ALAGOAS
Entre os cerca de 20 mil títulos espalhados por 142 estandes no Centro de Convenções “Ruth Cardoso”, estava eu lá com o meu DO SERTÃO AO MAR, numa sessão de autógrafos, na noite de ontem.
Ao meu lado, um escritor peruano com seu livro GOVERNABILIDADE DA EDUCAÇÃO NA AMÉRICA LATINA. Confesso que, pela postura do escritor e pelo título do livro já me despertou o interesse em adquiri-lo. Ele, não sei se pelo gesto de reciprocidade ou generosidade, adquiriu também o meu.
Ainda à noite, ao chegar a casa, procurei folhear alguns capítulos, atraído pelo que ensejo o seu título.
Muito embora já conhecendo a nossa realidade, o impacto de ver retratado num trabalho científico ainda nos entristece muito mais. Estavam lá as comparações entre alguns países da América do Sul, onde o nosso não só figura como o maior em extensão, mas também entre as maiores economia do mundo. Entretanto, quando o assunto é educação ele fica entre os piores, mesmo comparando com os seus vizinhos.
Volto à epígrafe do livro e vejo lá uma frase do escritor alemão, Johann Wolfang Goethe, - “Qual o melhor governo? É o que nos ensina a governar a nós mesmos”.
Acho que está aí a mais sabia explicação para o que o corre em nosso Brasil. “Eles” querem que nos tornemos cada vez mais dependentes, para que não nos rebelemos. Um povo dominado aceita tudo pacificamente, cabisbaixo, dizendo amém, amém, sim senhor, sim senhor.
Repito aqui o que costumo dizer: “sou o que sou graças aos livros que tenho lido”. Pela minha origem sertaneja, se tivesse continuado como aquele matuto analfabeto como fui, talvez não só dissesse amém, mas ainda o aplaudisse.
Que venham outras bienais do livro, cada uma maior que a anterior, assim como esta que está superando a expectativa em termos de visitantes. Um número recorde para Alagoas, estado que ainda apresenta o pior índice de analfabetismo não só do Nordeste, mas de todo o Brasil.