Antônio, pai da amargura.
Seu corpo munido de incertezas e desgraças, de uma vida sem razão; estava sob uma cadeira de carvalho guarnecido esperando o seu café chegar. O mundo abusara de sua lealdade e o tratava de forma que todas as suas esperanças se findaram, ele fenecia cada dia mais. Teus olhos já não viam o brilho que via antes.. não conseguia respirar sem que seu corpo todo doesse, até porque não fazia nada a não ser ficar sentado na sua velha cadeira. Antônio só precisava de algo para re-acreditar nesse mundo, mas parecia que cada dia tudo piorava e seu corpo se emudecia, ficava sem paciência até quando os pássaros cantarolavam em seu quintal. Tinha muitas mágoas no peito, perdera todos seus amigos pra vida, e já não aguentava mais olhar-se no espelho. Já não tinha brilho suficiente pra aconchegar as pessoas, e nem queria que elas chegassem perto. Tinha muito medo. Medo de ama-las e depois sofrer tudo de novo, ficou tão machucado com as idas e vindas das pessoas que desistiu de se apegar.. e cada dia desiste mais de viver. Antônio na verdade só quer alguém, que acabe com todas as suas barreiras e medos, e cheguem no seu coração, que é muito sublime, e precisa de cuidados e reparos. Porém, isso parece que vai demorar, então ele fica assim, angustiado e se odiando cada dia mais, por achar que o problema é todo dele.