Saudades do mergulhão
Diz aí, garotão… que fim levou o mergulhão…? Ele era um utensílio eletro-doméstico de grande utilidade, e parece ter saído de cena, sem ao menos ter deixado alguma explicação.
Mas é assim, neste mundo de galopantes transformações, sobretudo no mundo de hojindia. Quem é que se contentaria hoje com uma máquina de escrever, por exemplo, a não ser como relíquia pra nem ao menos ser teclada?
O mergulhão era simples, apesar de mergulhão ser a marca de fantasia, que se apossara do nome do produto. Afinal o produto era um ebulidor. Fato semelhante acontecera com a lâmina de barbear, que virou gillette, com o fermento em pó, que virou pó Royal, sem que ninguém reclamasse, ou mesmo notasse. E fica bem falar Gillette, Pó Royal, e o escambau.
O mergulhão era simples e eficaz: um cabo de madeira, feito um puxador de porta, ou cabo arredondado de afiador de faca, amparado numa estrutura de alumínio, por dentro da qual corria uma resistência, que esquentava rapidinho. Principalmente água pro café. E em razão dessa eficácia e rapidez eram recomendados muitos cuidados, para se evitarem acidentes.
Mas que dava uma vontade danada de abrir aqueles canudinhos de alumínio pra ver a resistência, ah isso dava. Funcionar só não bastava.