Advogado, divorciado e ateu...

Nasci no Rio de Janeiro, Brasil, mas com 18 anos fui estudar em Harvard. Aprendi argumentação e retórica na faculdade. Talvez minha habilidade com as mulheres venha daí, ou da autoridade que representa meu poder.

Às vezes, penso se isso é real! Como cheguei até aqui? O importante é que cheguei. Deixei muitas coisas de lado, inclusive o amor. Sou divorciado, não tenho filhos. Não freqüento nenhuma igreja. Definitivamente existe um deus em cada drink que bebemos. Um deus real, amargo.

A noite possui um cheiro diferente. Acho que por causa do sexo, das mulheres, das vadias no cio, dos tarados, dos bêbados, dos assassinos, pela sirene das ambulâncias e dos carros de polícia. Eu gosto da noite! E gosto de tudo o que ela representa; vida para alguns e morte para outros.

Dizem que sou vaidoso. Admito que talvez eu seja. Mas todo homem precisa ser. Afinal como ganhar as causas e as mulheres? Gosto dos meus ternos, relógios, do Audi na garagem... E não irei para o inferno por causa disso. Afinal, o meu deus não pune, gratifica.

Leblon. Lugar que gosto de passar o fim de tarde. Saio do escritório e vou à praia, gosto tanto do mar, das mulheres de biquíni, do gosto do sal que fica em minha boca e da sede que sinto por ver tanta beleza.

Talvez pareça arrogância a forma com que descrevo minha vida, mas estou apenas falando o que sinto. Aqui, nós não precisamos ter medo.

A vida é um sistema de regras ambivalentes, por isso, existe uma tendência de acabarmos enlouquecendo, como aconteceu com o grande filósofo alemão.

Algumas pessoas se frustram porque gostariam de estar no alto da montanha, mas elas não sabem a dor e a vertigem que sentimos daqui, nem sempre é bom, às vezes, parece que estamos num buraco profundo, em que a luz só consegue aparecer em curtos momentos...

Eu gosto de pessoas cheirosas. Eu gosto de Carolina Herrera e Dolce & Gabbana. Ainda assim, prefiro um bom feijão ao invés dos hambúrgueres que comi nos EUA. Prefiro as mulheres latinas, pois gemem com sinceridade e tesão. Nunca deixei de ser brasileiro, mas aprendi a ser capitalista. Não há outra forma para se chegar ao alto da montanha.

David dos Santos
Enviado por David dos Santos em 27/10/2013
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