Figuras Sociais: o político, o religioso e o artista.
Modelos e tipos. Formas que servem à psicologia, dramaturgia e útil a qualquer necessidade de síntese do gênero humano. Estamos falando de arquétipos e estereótipos.
Os gregos tinham um ‘álbum’ de modelos para representar personagens em papéis que compunham o elenco de seu teatro: comédias, sátiras e dramas. Quando as ciências que tratam a psique surgiram, esta contribuição helênica serviu para traçar bases esquemáticas das personalidades.
Fora isto ao longo do estabelecimento das civilizações há três tipos sociais que contribuem para o seu desenvolvimento ou estagnação: o normatizador, que controla a sociedade através das emoções; o solucionador dos problemas, que se beneficia destes préstimos; e o inovador, que tem olhar diferenciado sobre a emoção e a razão; o religioso, o político e o artista.
São eles, conforme a força de sua influência no meio social, que faz a sociedade evoluir, permanecer ou retroceder. Quando bem equilibrados nenhum sobrepõe ao outro se influenciando mutuamente e de forma gradativa.
Deve-se entender o religioso não só no sentido da espiritualidade. Mas também no sentido de que é o quê religa os valores do presente aos do passado. Para isto se vale da memória e seus sentimentos: saudade e nostalgia, (re e super) valorizando o antigo.
Uma vez que o coletivo precisa solucionar seus problemas, contratam o administrador: o político. Não há sociedade sem este elemento, porque o humano se faz de conflito e soluções. Até a afirmação de que não se entende política é uma posição política. O político é o elemento voltado para o presente.
Aquele que propõe novos valores, novos princípios, novos olhares – e por isto mesmo incompreendido no presente – é o artista. Sobre ele escreve James A. Michener em seu livro “O Romance”:
“O artista deve sempre se opor, de algum modo, à sociedade: contra o conhecimento recebido. Deve estar preparado para explorar caminhos estranhos, para rejeitar o saber aceito, para confundir, contestar e construir novas formas. O artista é por natureza quase um marginal. Van Gogh ofende o sentido que temos das cores, Wagner, nossas ideias herdadas sobre o que são sons aceitáveis... As pessoas do outro lado não querem os artistas, não os compreendem, jamais os acham inteiramente aceitáveis enquanto não estão mortos.”
“um artista é um homem criativo, que não pode, e na verdade não deve, levar uma vida normal... Sua tarefa é proporcionar à sociedade um retrato novo e às vezes necessariamente ácido de si mesmo...”
Uma vez que estamos em outubro e o vigésimo dia deste é dedicado ao artista da palavra, o poeta, temos três citações sobre eles:
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente que chega a fingir que é dor.
A dor que deveras sente.” Fernando Pessoa.
“Seja qual for o caminho, um poeta já passou por ele antes de mim.” S. Freud.
“É isso que é o poeta: um exibicionista da palavra.” J. A. Michener.
E encerramos dizendo:
Aos artistas, nosso apreço.
Aos poetas, nosso abraço.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 26/10/2013