Pensamento
É necessária uma investigação mais aprofundada sobre o pensamento. Em momento nenhum de nossa vida deixamos de pensar, o que torna os desgostos uma permanente tortura; lógico que se nos mantivermos sempre alerta, mesmo quando nos ocupamos de alguma tarefa, o que nos encanta ou aflige em algum momento permanece aceso como uma tocha em nossa mente; percebam que eu não falo de uma luz, mas de uma tocha! Se for um fato alegre, lembramos com prazer e profundo bem estar; mas se é algo que aborrece e incomoda, vale como uma autopunição. Por que não podemos nos desligar dos pensamentos? Seria ótimo se pudéssemos decidir: Agora vou pensar...Como se dormíssemos sem sonhar! Algumas vezes, o pensamento mesmo enquanto dormimos, está ali, sob forma de sonhos ou pesadelos. É a história se repetindo, um nunca mais acabar, dia e noite, noite e dia. Por isso os loucos falam pra eles próprios, inquirem-se e respondem às próprias perguntas. É comum ouvirmos de alguém, como retórica: Estava só, entregue aos meus próprios pensamentos! Como se fosse possível estar entregue aos pensamentos alheios! Quais seriam os pensamentos de Catarina de Aragão, quando em 1501, aos 15 anos embarcou para a Inglaterra para casar-se com Arthur, filho de Henrique VII? Teria imaginado que se casaria com um Príncipe de Gales tuberculoso e apático, que lhe transformaria em viúva sem ter conhecido os prazeres do sexo? Por outro lado, quais seriam os pensamentos de Arthur em meio às crises de tosse, vendo Catarina alegrar-se deslumbrada com seu irmão mais novo Henrique? Quando nos perguntamos sobre esses fatos passados, temos consciência de que não comandamos nossa mente, salvo quando temos de realizar a soma de dois mais dois? Por isso eu reafirmo, que os mistérios do pensamento têm de ser muito mais estudados para que tudo possa ser bem explicado. Imagino que diante dessas considerações, tenho a explicação para o que sempre digo - morto não pensa! Algumas vezes, os pensamentos são como uma linha férrea, onde não passam trens; são como rodovias emburacadas ligando nada a lugar nenhum! São como ogivas nucleares sem elementos radioativos; são como uma noite de temporal, sucedendo-se ao dia de temporal. Os pensamentos, às vezes, são extremamente confusos, outras vezes, nem tanto! Os pensamentos subjugam, animam, deprimem, absolvem e condenam, tornam cativos os que não o são e muito mais os que já o são; ou será o contrário?