O SILÊNCIO FALANTE DA ESCOLA
As escolas em férias compartilham com as catedrais o silêncio, um silêncio especial capaz de unificar cerimônia e acolhimento.
Sentada no saguão da escola, enquanto aguardo o atendimento na secretaria, constato.
O recesso escolar de julho mal começou, os corredores estão quase vazios e bastante silenciosos. No entanto a energia barulhenta dos alunos perpassa por eles como se o _Presente! da última chamada produzisse um interminável eco.
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Em casa, nas férias, a menina liga para as amigas do colégio e combinam uma ida a
o cinema.
Vão assistir ao filme recomendado pelo professor de filosofia, ouvi.
É! O eco ultrapassou os portões da escola e tomou forma de elo indelével na engrenagem do conhecimento.
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Depois da semana de férias passada no sítio dos avós, em contato direto com a natureza e em parceria amorosa com os livros de Monteiro Lobato, herdados do pai, o menino chega em casa resoluto dizendo:
_ Quando eu crescer vou ser engenheiro, igual ao João de barro, só que ao invés de construir casa, em cada cidade onde eu morar, vou construir escola.