HOMEM DAS CAVERNAS

Não tenho GPS, nem quero ter. Pouco saio do bairro em que moro e trabalho. Se me perco, paro na padaria mais próxima, peço informação e engato uma conversa fiada com o primeiro que me der trela. Aprende-se muito em papos de balcão, principalmente o que não se deve fazer.

Meu celular é chinfrim. Sou do tempo em que telefone servia somente para falar o básico. E ponto. Também não sou japonês, para tirar fotografia de tudo o que vejo pela frente. Não preciso estar online o tempo todo. Sou um desimportante assumido. Isso já me incomodou. Hoje, não. É bom não ser nada.

Não gosto de vinhos. Prefiro destilados, embora não rejeite uma gelada também.

Não desgosto da tecnologia – desde que os filhos me digam que botões apertar, para fazer isso ou aquilo. Esta cabeça fraca jamais compreendeu o que vai escrito em manuais. Nunca conseguiu avançar para além do índice.

Nada tenho contra quem pensa diferente, mas sempre gostei de mulher. Espero que não me queiram mal por isso.