O recado dos nomes
Apaixonei-me pelos segredos dos nomes próprios quando, na falta de assunto durante visitas aos amigos, perguntava o significado dos seus nomes. Todos os nomes carregam significados profundíssimos e vão além de significados. Acredito, como os antigos egípcios, que o nome pessoal é bem mais que o signo de identificação: é uma dimensão do indivíduo. Por isso, o nome que será dada a uma criança será o nome do ato de amor entre seus pais. É o amor feito carne que será nomeado.
O nome da oitava personificação do amor entre dona Iran e seu Hugo se chama Walter que quer dizer: "senhor da guerra", em alemão. Rafaela, é de orígem hebraica, quer dizer: "medicina de Deus" ou "Deus cura". Luciana é "aquela que leva a luz" (latim), Débora é "abelha" (hebraico), Eliana pode ser um "girassol" (grego) ou "brilhante como o sol" (grego), dentre outros.
No mito bíblico, Deus, quando autorizou Adão a nomear as plantas e os animais da terra, das águas e do céu (cf. Gn 2,19), estava concedendo à toda humanidade o poder sobre todas as criaturas. Nomear é impor superioridade sobre o nomeado.
Somente a pronúncia do nome de uma pessoa ausente faz, através da memória, aparecer sua imagem e lembrança.
É pelo reconhecimento do nome do demônio que o exorcista cumpre, solenemente, sua função.
É pelo reconhecimento do nome que surge o princípio da amizade.
É pelo reconhecimento do nome que o ser é identificado e, com ele, será chamado por toda a sua vida e gerações posteriores.
O nome imprime caráter no ser. É o identificador de individualidade.
É pelo reconhecimento do nome que somos.
Torna-se difícil e complicado nomear um filho quando se tem a consciência de tudo isso. De qualquer forma, o "amor feito carne" terá um nome dado pelos pais e que, por vontade deles ou influência de outros, será chamado e reconhecido durante toda a sua vida e depois dela também. Afinal, qual o recado do seu nome?