NADAR, NADAR, NADAR... E NADA.

Mar.

Bravio, sereno, imenso.

Mar que ruge, amedronta.

Mar que chama,

Que encanta, canta,

Inflama, apaixona.

Mar.

Nadar, nadar, nadar e nada.

Jovem e inexperiente das águas, por duas vezes quase o mar me venceu, levada pela corrente.

Nas duas vezes, depois de nadar, com muito esforço, vi-me cada vez mais afastada da orla. Inútil, exaurida e impotente.

Quando não há nada mais, já se foi, não mais se é, porque quase não há mais esperanças - a costa, longe, as forças, vãs - existe a paz.

Uma paz infinita me invadiu, nas duas vezes vencida. Porque tudo está perdido, a resposta pode estar em uma solução simples, que é ainda uma escolha. Na paz há consciência, há plenitude.

Falei para mim mesma: "Não adianta me desesperar. Só o desespero me põe a perder. O que fazer? Me acalmar. Calma. Calma. Mudar o rumo. Nadar devagar ou terei câimbras. Para onde? Para outra direção. Em diagonal. Devagar. Com calma. Boiar, se preciso."

Foram experiências únicas, de vencer a natureza, conhecê-la e me conhecer.

De saber que posso, em uma situação de extrema dificuldade, encontrar harmonia e paz em mim mesma. Porque se não há mais escolhas, a resposta já está dada. E que se há uma chance, uma única chance de se vencer a situação difícil, ela somente pode ser encontrada no equilíbrio.

Seja leal. Respeite os direitos autorais: se reproduzir, cite a fonte.

Conheça mais. Faça uma visita aos blogs disponíveis no perfil: artigos e anotações sobre questões de Direito, dúvidas sobre Português, poemas e crônicas ("causos"): https://plus.google.com/100044718118725455450/about.

Esteja à vontade para perguntar, comentar ou criticar.

Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.