Apocalypse Now!

O retrovisor tem sido a âncora de aceleração. Como assim? Com que sentido? Uma analogia pro passado motor, que funde lembranças em esperanças e funciona a base de sonhos. Sonhos esses que tenho sonhado a uma vida, duas, quem sabe três... Mas na verdade nem lembro, por que sempre acordo em seguida, seja pelos gritos e sensação de desespero que o dia-a-dia-campo-de-guerra tem nos trazido. Nosso Apocalypse Now! logo ali, no quintal.

Partidos políticos, políticos de esquerda-direita-volver, críticos de cinema, violência nua e crua de sabor amargo. A árvore da vida vai sendo corroída por esses cupins, com força de um pitbull. Nem me atrevo ir mais longe, acho que o reflexo de cada um consegue pintar esse mural. (Se não, pelo menos ajuda com um recorte na colcha de retalhos).

Bizarro e esquisito é ver todo o subjetivismo e objetivismo da esquina em que se cruzam, pessoas que amam demais, me parecem suspeitas do crime que não foi cometido. Já as que pensam com força me parecem testemunhas da revolução mental. Que nunca vem.

Claro, não quero atacar nenhum dos lados, mas o extremismo tá dobrando a linha, e cada vez mais eles estão mais perto um do outro do que longe. (ah, a analogia da ferradura, que o alemão falou!). Mas hard times requerem respostas, que pra alguns vem com o vento e o tempo. Pra outros, nas páginas manchadas de gordura de um tablet, que um dedo deixou marcas. Talvez falte o retrovisor pra todos eles. Talvez falte a âncora. A aceleração? Tem o suficiente pra ficarmos pra trás, a cada segundo.

A menina do poema, o cara do jornal. Os dois estão no mesmo lugar, só que de costas um pro outro. Quem sabe se um dia eles resolverem falar de verdade, o outro escute?

Bah... Nonsense, o apocalypse now! é no quintal da alma.

Yago Pontes
Enviado por Yago Pontes em 25/10/2013
Reeditado em 25/10/2013
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