Eu e a Maria
Tenho tanta dificuldade de(em) ficar longe de você que me afasto. Fico calada, calada fico. Tendo dificuldade em admitir pra mim mesma que errei, que me deixei levar por sentimentos tão ferozes e escrotos, que de tão escrotos são doces e meigos. Meu cérebro não quer entender, você parece não entender e não se importar também, também já não importa mais quem quer, quem não quer, quem não quis...
Esse vício me deixou tão doente, e de tão doente eu só penso em sair correndo dessa loucura que eu me meti. "Você tem medo", "Quem tem medo é você." só que nessa viagem toda quem tomou um drink de medo com paixão fui eu, quem se afundou em solidão e amargura? Eu.
Perdi meu sono, perdi meu riso. Não tenho mais juízo, só carência resta em mim. Meu cenho cerra, cerrada fico, num canto implico felicidade qualquer. Daí vem a mãe, vem a vó, vem a tia e a tia da tia. Daí elas falam sobre coisas fúteis e eu saio correndo. Daí não tem ninguém pra me amparar. Daí só tem eu e eu mesma, e uma piscina funda que afunda meus dedos dos pés. Tem eu, tem tu, tem a Maria. Quem é a Maria? A Maria é a minha mania de fugir nadando pela maré da vida. Essa Maria... Maria é uma safada, Maria nem existe...
Eu só quero encontrar meu sorriso que deixei jogado em um canto qualquer, com não sei quem, não sei quando. Só quero encontrar a alegria que me dominava, que me agoniava. Ô alegria, volta aqui pra mãe, volta aqui pra filha, faz um filho comigo, ô alegria, faz um filho com o filho do filho da Maria.
É um vazio, entende? É um vazio que vaza, um vazio que vicia.
Só espero ter prazeres saudáveis.