EU E VOCÊ: NÓS

Inspire-me com sua beleza extraordinária, abra um sorriso ainda mais lindo do que de costume você já faz e encanta para que eu possa, com a ternura do seu olhar por vezes tão misterioso, mas contendo tantas promessas ansiosas, compor os mais imponentes e brilhantes poemas. Não me conterei em tempo algum, não impedirei meu coração de cogitar sempre seu apenas seu, e terei por você, sempre, um grande carinho, carinho que extrapola o real e o palpável, carinho que vai muito além do supremo significado dessa doce palavra. E todos logo perceberão que você é realmente alguém muito especial para mim, a jóia rara a ser minha de forma perene. Você, em todos os tempos, foi e é aquela mulher altruísta, amiga e algo mais que me tem dado todas as forças possíveis e imagináveis. Como não agradecer por tudo isso? Como não ser grato pela magnitude de sua linda alma angelical? E, todavia, nessa gratidão extrema brotou um sentimento maior por você, algo que somente a alma consegue explicar. A minha carência é simplesmente física e emocional. Física porque desejo você, emocional porque preciso de você com toda a sua essência feminina.

Abra a janela da sua alma e do seu coração para que eu veja nitidamente o universo que se transforma em mistério por seus lindos olhos joviais. Percebo, contente, que tudo converge para o espaço em que você ocupa, as flores deitam seus perfumes sobre você, a brisa penteia e, ao mesmo tempo, assanha seus sedosos cabelos, o mar lhe saúda no vai e vem das ondas e o exalar de seu almiscarado odor celestial se espalha pelos vários cantos e recantos daqui e d'alhures. É por essas e todas as demais razões que tanto a quero e desejo, tanto luto contra os moinhos de vento da distância e contra os fantasmas da minha carência de você, de minha necessidade de estar ao seu lado recebendo os eflúvios de seus sorrisos e o ar de sua graça. Em meus sonhos alucinantes, nos meus devaneios mais cálidos, nossos corpos se transformarão numa grande e linda fogueira sobre a cama e todas as estrelas aplaudirão nossos gemidos, a lua sorrirá encabulada e o céu derramará fragmentos de lírios perfumados ao invés de chuva sobre nosso leito de amor.

Não é nem nunca será uma batalha em vão combater por você, para ganhar a amplitude de seus carinhos mais entusiasmados, porque, então, os louros da vitória que receberei,felizardo que sou por ter sua atenção, serão seus abraços ardorosos, seus beijos sôfregos, seu corpo em chamas para incendiar também o meu. Nossos corpos, afogueados pela força dos nossos desejos recíprocos, se transformarão numa grande e intermitente fogueira sobre a cama macia e os lençóis alvos, sobre os quais nos deitaremos. Não será tão-somente um fogo de poucas chamas, porém de intensas e duradouras labaredas que lamberão cada centímetro de nossa ardência, de nossas trêmulas células em ebulição de enlaces e ósculos, de nosso extremado fulgor, desse sentimento incontrolável e desse desejo arfante a tomar de conta de nós como um domínio abundante e sem qualquer pudor. Tudo na alcova pegará fogo, esse queimar benigno que só existe quando um casal se amando incendeia a vida com os suspiros de seus gozos.

Nossos sorrisos a um só tempo iluminarão em derredor, tamanha a felicidade sentida, o ardor de nossos corpos enlaçados chamuscará as quatro paredes que nos separam do mundo enquanto estamos amando, a alcova explodirá de gritos ousados e felizes, pois esse é o inebriante instante em que será impossível sufocar os brados das nossas almas. Porque é no seu belo olhar sedutor que meu coração se perde, se afoga, se afunda, se enternece. E no sorriso que brota desse olhar incandescente eu me reencontro, e entro na plenitude do Nirvana. Não serenaremos até que, exaustos, porém satisfeitos até o âmago, não nos deleitarmos um com o outro o tanto e a intensidade das vezes que queremos ter um ao outro nesse momento de saciedade emocional, amorosa e terna. Será um embate com somente dois vencedores, que nessa batalha de amor se embalam e se deleitam: eu e você. Nós.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 23/10/2013
Reeditado em 24/10/2013
Código do texto: T4539184
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.