SOLTEIRÕES DO FORRÓ
 
 
Gosto de pensar com música, não importa o ritmo, tudo depende do momento. Em março desse ano conheci uma pessoa que volta e meia discutíamos por motivos fúteis e para fugir de um clima melancólico, descobri uma banda de forró nordestina, que com sua música alegre e letras variadas muito me fez sorrir. O mais engraçado era que quando menos esperava lá estava eu batendo o pé marcando a bateria. E claro, logo esquecia todo e qualquer clima ruim.
 
Em outras vezes decidi por livre e espontânea vontade ouvir a banda, e sempre dando muitas risadas das letras. Não estou censurando, muito menos depreciando, não é isso, mas uma simples observação da cultura do nosso povo, onde se “ridiculariza” a pessoa através da música, porém, são afirmativas verdadeiras que vistas de outro ponto muito nos faz refletir, rir ou chorar, vai depender do clima de quem a ouça.
 
Mas também tem as românticas, de sentimentos, vejam essa letra, que não sei ao certo seu autor, mas muito bem cantada pela banda:
“Darundarundê(6x)
Tô preparado pra tudo
só pra não perder você
Eu tô sentindo
você tão diferente,
Você diz pra não se preocupar
Que não tem nada a ver com o amor da gente
E eu fico querendo acreditar
Mas eu sei que tem algo acontecendo
Dá pra ver no seu jeito de me olhar
Toda vez que você fala comigo
Sem motivo já vem logo brigar(2x)
Eu não sei o que fizeram com você
Eu só sei que você tá diferente
Tão querendo acabar com o amor da gente
Você tão inocente que não vê
Eu lutei fiz de tudo por você
Dei mil provas de amor, minha querida
Se preciso darei a minha vida
qualquer coisa pra não perder você
Darundarundê(6x)
Tô preparado pra tudo
só pra não perder você”

No primeiro grifo, o autor deixa dúvida, houve um alguém ou algo que se insurgiu na relação dos apaixonados e agora ameaça. No segundo grifo, ele é incisivo, fala da sua luta, da sua dedicação por ela, e ainda afirma que faz qualquer coisa para ter o seu amor. Mas para o bem da verdade tudo tem limite nessa vida, assim nos ensina os grandes clássicos do amor.
 
Facilmente se percebe na letra que somente um dos “apaixonados” luta pelo amor do outro, ou seja, ele se anula para ter o seu amor e fazê-la feliz, porém, todos sabem que isso não é bom para ambos, pois o amor deve ser compartilhado, se somente um doa-se e o outro somente recebe, esse relacionamento vai acabar, podendo até surgir uma inimizade. Mas então qual seria a solução? Eu sinceramente não sei, pois há anos busco uma resposta para isso. Por enquanto, como vivo sozinho, pego minha garrafa de vinho e coloco a todo volume os solteirões do forró e haja risadas.