Estações
As estações irão se repetir lentamente, congelada ficarei até tua chegada. Guardo o que é teu, dolorosamente, enquanto vendes teu coração em vão. Não estamos livres das tempestades, elas fazem parte do que somos. Fechei o rosto pra ti, ignorando sua existência, mas sua voz e sua face fazem parte dos meus sentidos.
Perdidos na ilusão de crer que somos livres, ferimos os pés no solo quente dessa jornada nostálgica, que por vezes gritamos silenciosamente para que alguém nos ouça. Não nos salvaremos dessas ondas que parte nossos mundos. Buscarei o que é meu em tua morada de sentimentos imortais. As paisagens têm tuas pegadas, memoriais de cinzas que o vento se recusa a levar.
Caminho só, pois até meus pensamentos me traem seguindo teus passos, não tão rastejantes quanto os meus, mas demasiadamente fardos e incertos. Estou libertando-me do veneno que me cura, anestesiando o vulcão que passeia la fora, pois aqui dentro a neve cai esperançosa, encadeando meu interior, bloqueando forasteiros.
Voe por todos os lados, como o destino lhe proporcionar. Brinde a
o futuro turvo e às futuras estações. Todas as coisas irão passar, os caminhos dançarão ao nosso redor, confundindo, unindo e separando estes universos complexos. As árvores envelhecerão, mas sempre estarão aqui, esperando a neve cessar. Nos encontraremos novamente.