Silêncio na Trincheira, Gaps de Juízo.

Ando pensado cada vez mais que o mundo gira mais rápido que o silêncio de um suspiro. Talvez essas divagações estejam em cada esquina melancólica, em cada sombra de fim de tarde que um carro projeta em meio a eternidade que ele leva pra sumir da nossa visão.

Posso tentar enxergar um palmo além do que meus óculos me deixam ver, nem sempre tenho a certeza de uma visão certa, talvez por isso tenha me voltado pra música: O tango dos dedos, a valsa dos sons, e o retratos mentais (sejam dos olhos que me acompanham à noite, seja do sorriso que me guia pelo dia) são as soluções químicas ideais pr'essa vida monofásica ((Será?)). Talvez nem precise fazer sentido, talvez esse nonsense seja real demais pra qualquer vida vivida, pra qualquer bolero da meia noite, quase 1h da manhã.

Nessas trincheiras da mente e afins, rolam sempre uns gaps, uns momentos de silêncio ou paz de um caos interior a outro - bonde chamado pensamento - que o reflexo negro de um celular em descanso insiste em refletir.

Quem sabe assim a gente percorre o futuro na palma da mão?

Quem sabe assim, o ciclo da cobra engolindo o rabo, não se re-inicie?

Não dá pra definir enquanto o passe não rola, enquanto a torcida não esboça uma vaia que motive esse centro avante da vida a correr pra área e finalizar, aos 47min de uma partida truncada, em meio a lama, sangue, suor e lágrimas.

Tentar desvendar essa magia, não me interessa nem um pouco.

Por hora, continuo cobrando o escanteio errado que sempre dá no gol.