Aos doentes, as risadas
Hipócrates, o Pai da medicina, no século IV a.c., já utilizava animações e brincadeiras na recuperação de pacientes. Freud, em seu livro A Graça de suas relações com inconscientes, escrito em 1916, já afirmava que uma cena cênica e riso dela decorrente melhoravam a saúde física e mental. As propriedades de cura do riso estão registradas nos livros sagrados do cristianismo, do judaísmo, do hinduísmo, do islamismo, do taoísmo, o também do Buda que rir, do budismo. Os antropólogos afirmam que se trata de uma das formas de medicina presentes nas culturas mais antigas.
No nordeste da Ásia, a primeira tarefa dos médicos antigos era encorajar o doente a rir diante das dificuldades. Para afastar demônios das enfermidades, os curandeiros de tribos africanas costumavam se vestir de palhaços e dançarinos para entreter as pessoas. Na Grécia antiga, os anfiteatros eram normalmente construídos próximos dos templos de cura para os pacientes puderem usufruir das apresentações dos comediantes e de outras atrações, como parte do tratamento. Píndaro, poeta grego, escreveu: O melhor médico é aquele que diverte o paciente.
Como ver-se, o riso é considerado a melhor terapia. É tanto que a história não me deixa mentir. Desde criança, ouço a expressão: Rir é o melhor remédio. Mas, esse conceito tem que ser levado muito a sério. Pois, tem também aquela que quem rir por último rir melhor. Como tudo na vida, tem os dois lados. O norte-americano Hunter Adams, na década de 60, já implantara o método em hospitais e escolas. Era comum vê-lo atender os seus pacientes vestido de palhaços.
Para medicina, o riso é um grande estimulador, responsável por mandar ordem ao cérebro, através do hipotálamo, que sintetiza as endorfinas. Substâncias produzidas nos momentos do bom humor e consequentes do riso, são analgésicos, similares à morfina, com potência cem vezes maior. A risoterapia é propícia a todo aquele que seja acometido pelo estresse e ansiedade, pois reforça a imunidade, relaxam a tensão muscular e diminui a dor; dá início a uma cadeia de reações fisiológicas. Uma, ativa o sistema cardiovascular, a frequência cardíaca e pressão arterial aumentam. Todas as contrações fortes e repetidas dos músculos da parede torácica, respiração forçada ( do há, há, há) do riso, aumenta o fluxo de oxigênio no sangue.
Portanto, se faz mister levar muito a sério o uso do riso, porque rir desvirtuando suas benesses ou maculando as suas propriedades terapêuticas, é, sem dúvida, um desserviço. Ou seja, não é recomendado nem na utilização de deboche, nem muito menos pra escárnio, pois, o feitiço poderá recair contra o feiticeiro.