A Magia do Circo
A magia do circo nos remete a algo incrível, nos fazendo viajar na alegria dos palhaços, nas acrobacias dos malabares e na beleza das cores. Relatos trazem que esta arte difundida no mundo todo exista desde a antiguidade.
Esta arte que encanta crianças e adultos nos foi apresentados na nossa nostálgica cidade natal chamada Macau-RN. E continuando o texto “Circo e memória” e como falei não éramos artistas, mas sim imitadores dos grandes artistas do circo de Seu Zezinho “O Continental”. E procurávamos apresentar ao público infantil que frequentava o nosso circo as mesmas demonstrações de habilidades do Circo Continental.
As manifestações artísticas eram de acordo com a aceitação do público, o que não agradava, não era mais mostrado no circo de Odete. Algumas atrações foram adaptadas ao estilo de principiante. O palhaço Chiquinho, por exemplo, era menos falante, usando a mímica como base, Já no Circo Continental o palhaço falava muito, utilizando de comédia sorrateira, e também de instrumentos musicais, como o violão.
O nosso público gostava das atrações perigosas, como os malabares em trapézios. E o meu irmão Iran estava apaixonado por uma menininha que morava na mesma rua. E nesse dia ele soube que a mesma iria assistir ao espetáculo e como é de todo artista diante de sua amada tenta se apresentar impecavelmente. E quando foi anunciado à ansiedade e o nervosismo atrapalhou a sua apresentação diante daquela linda menina. Fez o primeiro número, mas no segundo escorregou a sapatilha do trapézio e nesta queda fraturou o braço. Lembro que a menininha ficou apreensiva e preocupada com o seu artista preferido e ficou mais calma quando soube que ele já tinha ido para a Casa de Saúde e tinha sido medicado e engessado o braço.
Parecia uma festa para mim, mas no meio do meu trabalho?! Fiquei muito triste por não ter me apresentado do jeito que planejei, e passei vergonha diante de minha amada. Eu não podia acreditar naqueles saltimbancos, espalhando sorrisos num ambiente tão sério.
Eis que me distrai por uns instantes, através da música do cortejo e das cores. E logo colidi com uns olhos azuis lindos, serenos e meigos daquela menina. Quando me dei conta era uma moça de vermelho que bailava entre aqueles gigantes. Bailava com suavidade, mas com olhar atento ao redor, como se procurasse com esperança um brilho nos olhos, um encantamento. Pude ver em seus olhos a felicidade de servir a alegria e de seguir o circo. Toda atmosfera parecia tão mágica, que desconfiava se eram todos humanos. A vida no circo soa tão leve, que se eu soubesse dar água para elefante,
Talvez eu me rendesse ao maravilhoso universo do circo, em sua apresentação única pela vida...
De repente acordei e me dei conta que era um lindo sonho com minha amada... Era o efeito da anestesia e adormeci novamente.