O VELHO MOÇO E O JOVEM MOÇO

Eu nunca me esqueci dos versos: Eu amo, nós amamos e tu amaste,cantada pelo personagem Dr. João, o louco da aldeia. Cantada e acompanhada de violão por ele mesmo.O personagem foi interpretado pelo produtor , diretor, cenógrafo e grande mestre, o mestre Iozonho

e o ano era 1974 mas irei mais adiante no ano 1984,na Rodo-ferroviária de Brasília, em uma certa manhã ensolarada, vi uma cena espetacular! Um jovem moço se despedindo de um velho moço. Era um filho se despedindo de um pai querido que viajaria para Santa Maria da Vitória.

Ali mesmo passou um filme na minha cabeça remontado aos anos 1970 no quanto mudou a minha vida a chegada daquele velho moço a Santa Maria da vitória. A minha vida e a vida de muitos amigos e irmãos meus. Aquele velho moço além de nos ter dado a sua amizade de pai e de amigo, nos ensinou muitas coisas. Estava sempre com a gente no cinema, no Jardim Jacaré, no estádio, nos comícios e no teatro. Se não bastasse ser ele um grande mestre, um grande homem, ainda nos deu de presente a sua família, a sua linda família. Como foi gostoso partilhar e compartilhar a amizade dos seus filhos e vejo em todos eles um mestre Iozinho, ainda vivo e presente e isto é fruto dos ensinamentos que o velho mestre deu aos filhos e, dos filhos que aprenderam e obedeceram aos ensinamentos do velho pai e mestre. Os imortais jamais morrem. As pessoas só morrem quando nós a matamos nas nossas memórias, já dizia o grande Hélio Ribeiro. Mestre Iozinho jamais morrerá. Fisicamente partiu, mas as suas lições e lembranças ótimas, extraordinárias ficaram para sempre. Mestre Iozinho em 2010 salvou-me de entrar em uma tristeza gigantesca e foi através do texto "Os Anjos de Correntina" de Flamarion Antonio da Costa, um dos seus filhos e grande amigo que levou-me a reencontrar com o meu passado e esse reencontro deu-me forças para retomar a vida e sair dos momentos difíceis e entrar nos trilhos novamente e atingir os objetivos que voltei a conquista,r não me deixando perder o rumo e hoje estou contente por trazer à minha vida, tudo o que me foi importante durante o meu trajeto. O meu povo de Samavi, os meus parentes de adoção, enfim o reencontro, mesmo que virtual com o meu passado. Foi o Toninho que foi a minha” Ponte sobre águas turbulentas” da família do mestre Iozinho. hoje é dia de festa, pois quem teve a felicidade de ter um mestre como pai, é felicidade dobrada.

A vida é assim! Quando criamos laços de amizades verdadeiras podemos em qualquer momento da vida ser beneficiado por essas amizades! Na música dos cantores de rua o poeta diz o seguinte: Não importa o que você é, não importa aonde você vai; Você vai sempre precisar de alguém ao seu lado. Não importa quanto dinheiro ganhou, não importa quantos amigos arranjou, você vai sempre precisar de alguém do seu lado.

Pois é. Aquele velho moço e aquele jovem moço que eu observei à distância na rodoferroviária de Brasília, hoje ainda é uma presença viva na minha memória e aqui parodio o título do texto " Os Anjos de Correntina" que por sinal é um registro histórico de pessoas que foram importantes para Correntina e que eu os conheci, Flamarion, o jovem moço, hoje já nem tão jovem assim e aquele velho moço cheio de tantas histórias e sabedorias, Raimundo Martins da Costa, Mestre Iozinho, de fato são os meus Anjos de Correntina.

É o que há.