As aparências enganam.
Estava eu na Praça Rui Barbosa no centro de Curitiba conversando com um conhecido que encontrara por acaso. Avistamos um morador de rua que se aproximava das pessoas dizia algo e se afastava. A princípio pensamos que estivesse pedindo esmolas, mas para nossa surpresa quando o morador de rua se aproximou de uma senhora próxima a nós, ele a abençoou dizendo Que Deus te abençoe e algumas palavras a mais que não me recordo.
Neste ínterim vinha passando próximo a nós um senhor que não conheço e que me disse olha aí mais um vagabundo pedindo dinheiro. Respondi que as aparências enganam e que o morador de rua não estava pedindo dinheiro e sim abençoando as pessoas. Este senhor deu uns cinco passos, e em seguida voltou para relatar uma história que tinha acabado de acontecer com ele.
Primeiro concordou que as aparências enganam e depois disse que tinha ido a um posto para comprar gasolina e inclusive mostrou-me uma garrafa de água mineral de 500 ml onde pretendia colocar o combustível. Disse que a gasolina era para fazer algo em seu carro que não me lembro exatamente o que era. O senhor disse que o frentista do posto havia se recusado a lhe vender a gasolina e em tom de ironia havia lhe perguntado aonde é que ele iria por fogo. O senhor estava indignado com o frentista que além de não lhe vender a a gasolina ainda o chamara de incendiário.
O senhor disse que acredita que o frentista achou que ele era um mendigo porque estava vestido de forma simples. Trajava um agasalho de malha azul já quase sem cor, uma blusa de malha surrada e um tênis que pela aparência já tinha um bom tempo de uso. O senhor disse que não suportou a ironia do frentista. Foi até o estacionamento, pegou seu veículo Ford Eco Sport e voltou ao posto. Chamou o frentista e disse-lhe para encher o tanque de gasolina.