O Membro

Já lhe aconteceu em ter a impressão de que alguma força maior lhe coordena? Estamos um passo da nossa sombra, e continuamos com a mesma impressão de que algo monitora-nos.

Pensamentos indiferentes não atraem as defesas motoras do nosso corpo, quanto às ações cometidas sem o mínimo de coesão. Circunstancialmente, fomos acostumados desde pequenos a mudanças de ambiente. O ambiente em que vivemos passa a sustentar o processo de metamorfose sociocultural, pondo nossas atitudes entre as escolhas de uma sociedade real, contra uma sociedade fantasiosa.

Implantamos a ideia de que o mundo real só é sentido com doses certas de fantasia. Por isso que coexistem estímulos impulsionando-nos a agir, antes que as ações ajam por si mesmas.

Agora veja você que se debruça nas explicações um tanto científicas, não detectou o estímulo inquietante imergido desde sempre no obscuro de seu pensamento. Repare no poço d’água estagnado na rua de sua casa. O clitóris que avoluma e se estende. O ônibus de Dominique atrasa. A Agatha entre multidões, indo ao encontro do que acredita. Este seria o instante em sermos a parte do anonimato. Porém, somos a cuja parte que transformaria ação em modelo reacionário.

(Carlos André)