Portas do coração

Portas do coração

Gosto de você porque é leve, sonora, sorri como quem brinca, tem olhos de gata com soninho, tem andar de adolescente, tem voz impostada, tem cabelos de modelo, tem mãos de secretária, tem olhar de psicóloga investigadora de almas, é prática e sentimental, é jovial nas escolhas, é como um balé, por isso é você no compasso da dança pela vida.

É como você chegar em uma casa pela primeira vez...

Você chegou na minha casa de maneira muito particularmente, ouvindo minhas questões intimas, olhou, pedi para você entrar, você aceitou, depois olhou para ver se tinha almofadas dentro do meu coração, e que fosse

do seu agrado. E tinha.

Você sentou-se, sentiu-se confortável, ouviu e falou também.

Quando me vi, estávamos sentadas em almofadas do coração, fique a vontade, eu disse.

É assim... tem gente que entra desconfiado, sente-se seguro, aconchegado e ate protegido na sala de estar de um coração.

Depois fica. Depois de um tempo vai para o quarto, para a varanda e contempla uma linda vista da pessoa. Volta sempre e ate dorme, protegida pelo coração que a recebeu.

Quisera entrar numa tela pra te pintar a florada dos meus dias...

Poderia ser uma tela virtual, ou pode ser uma tela de tecido,

mas seja como for, tu serás sempre uma brisa beijando a flor...

E no meio de tanta gente e lugares, sem ter pra onde ir, sem saber que braços eu abraçaria, encontrei você no meio de um tumultuado coração de praça, sem graça ou quem sabe nada. Mas que esse encontro já estava marcado, traçado, pintado em um canto qualquer onde algum conspirador de amor desenha, ou manda bilhetes ao vento, para que alguém encontre, e leia a poesia nele escrita, transformando em versos de amor. Depara-se com uma emoção que não cabe mais o preto e branco , mas a cor rubra da perplexidade, e o esverdeado que encanta o olhar castanho e calado.

Faz tocar a sonata que conduz o coração, em idas e vindas, que ficaram registradas no nosso pergaminho de pele, de toques, de beijos e tudo que o amor adere.

Sem palavras, mas que pulsa e fala.

Sinta, sente-se comigo, acompanhe minha valsa, beije as pétalas orvalhadas, salivadas pela natureza, mas que qualquer barulho que eu faça em ti, seja paixão!

Você é tudo isso, minha Copacabana noturna, sedutora, de areias brancas, céu com ventre estrelado e águas esverdeadas.

Inverno de 2012

Mônica Ribeiro
Enviado por Mônica Ribeiro em 16/10/2013
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