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BARCO NO BICO DA GARÇA
Ysolda Cabral 



O que faço com uma folha de papel e uma caneta na mão, quando minha intenção é não escrever mais nada?
 
Jogo a caneta pra lá e do papel faço um barco que pretendo por pra navegar assim  que chegar à beira-mar. Quem sabe as ondas não o levem pra longe do longe perto que sonhei de alguns sonhos?!
 
Sei que poderá se despedaçar antes mesmo da partida. A maré está irrequieta, incompreensível e em nada confiável... Todavia, o papel me parece de boa qualidade e muito resistente. Se chegar aos arrecifes me darei por satisfeita. Ali sempre há uma garça pronta pra voar a qualquer momento e meu barco poderá ser transportado sem maiores problemas até o destino pretendido.
 
Farei da garça meu pombo-correio posto que, o pombo está desacreditado e em vias de ser liquidado em fogo nada brando.
 
Também, querem que ele transporte celulares pros presídios!
 
Que maldade!


Recife-PE
Em 16.10.2013
Em maré de estupefação


 
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Não sou poetisa e nem escritora! Sou   
 apenas uma palhaça que, mesmo sem querer, 
diverte as pessoas. Não é legal?
Uns me amam. Outros me odeiam.
Fazer o quê se sou assim? 


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E lá vou eu...