Enterrar ou Cremar?

Enterrar ou cremar?

A cremação, como acontece atualmente, foi instituída , em 1855, na Inglaterra, para solucionar o problema que enfrentava, desde o Século XVIII, com a falta de espaço para enterrar seus mortos. Essa prática, adotada cada vez com mais frequência, permite dar destino aos mortos de maneira mais compatível com as normas sanitárias. São poucos os dados sobre esse assunto, mesmo na Internet, mas a expansão da cremação é muito grande.

Apesar de muitas pessoas – independentemente de idade e condição social – desejarem que seus corpos sejam cremados, não existe, em Florianópolis, um crematório e, não há dúvida alguma, que deveria haver. Não apenas por essa opção, mas essencialmente por carência de locais para sepultamentos, cada vez mais escassos. Sem fazer qualquer comparação com os milenares rituais que são realizados na Índia, quando os cadáveres são cremados em “praça pública”, torna-se muito mais prático um ritual mais simples, com a possibilidade de manter, por tempo indefinido, as cinzas do ser amado.

Mesmo que não se queira, assim como uma mãe revive o seu próprio parto, quando a primeira filha vai ser mãe, outra mãe sofre com a certeza de que seu ente, enterrado, passa pelo terrível assalto dos vermes que inevitavelmente vêm devorar, lentamente, o corpo sepultado . Não é, essa, uma lembrança muito mais dolorosa do que saber que, numa cremação os restos serão dignificados, com a possibilidade de serem guardados em local à nossa escolha , de acordo com suas crenças?

Acredito que, com a rápida e crescente “explosão demográfica”, muito breve as cidades não comportarão mais cemitérios para o culto dos seres mortos. Então, inevitavelmente, por questões de conveniência, talvez a cremação seja o único procedimento existente. Seguindo os preceitos bíblicos: “Do pó vieste ao pó retornarás...”.