Ética e o estado de espírito. Uma Moral do afeto.
O normal é escutar pelas ruas que o mundo piorou, não se escuta mais rock nas rádios, mas Rap “ostentação”, como a musica mudou, as relações tornaram-se mais rápidas e menos comprometidas, pai e filho, marido e mulher e principalmente os amigos. A verdade é que as pessoas ficaram distantes, muito distantes, pessoas ao celular, preferem a conversa por mensagem de texto, uma foto enviada a cada minuto querendo sequestrar o tempo.
Algumas coisas melhoraram com o passar do tempo, temos uma medicina melhor, vivemos mais, então o que de fato piorou, o homem ou a sociedade? A nova sociedade foi configurada para um estilo de pessoas “normais” que se preocupam com a política, mas não se envolvem, vão a igreja e não praticam, que educam o filho, mas não são exemplos de caráter, gente saudável que não fuma, não bebe. O estranho é que nunca se usou tantos remédios controlados e nunca a sociedade foi tão “pesada”.
Paradoxos, o mundo como o conhecemos, melhora aqui e piora ali, então o que importa é o indivíduo e sua moral, nem tanto a reverenciada moral religiosa, pois a religião hoje se ocupa da política, da riqueza e do sexo(da ausência, da mudança e da escolha dele, no caso gay). Certo entendo, mas afinal onde está o indivíduo e sua moral?
A vida ligada a um ardor pela sobrevivência, bem viver e a felicidade, essa vida se ocupa da moral, têm lugar para a ética?
Sim, diriam juristas, claro, vivemos de acordo com a moral, a ética é necessária nas sociedades modernas, portanto eu ensino a minha filha, meu filho a viver de acordo com a moral e os bons costumes.
Falsidade, ninguém consegue, não pode, não dá.
Momentos felizes, então? Assim a moralidade como a felicidade pode ser transitória?
A vida é desequilibrada, inútil e na maioria das vezes vivemos como crianças buscando uma diversão, sexo, uma comida ou algo para ver na TV. Há casos regulares de pessoas que gostam do trabalho(até o ponto do exagero) do dinheiro, mesmo os românticos que dizem que a vida tem um sentido amoroso, por isso quando a mulher amada não o quer mais, ele atira nela e depois na própria cabeça, no extremo sentimento egoísta de fazer do outro o seu motivo para viver.
Lembro de Kierkegaard filósofo da angústia, que escreveu sobre as três dimensões: a dimensão estética, na qual procura o prazer; dimensão ética na qual vivencia o problema da liberdade e da contradição entre o prazer e o dever; finalmente a dimensão religiosa marcada pela fé.
Brilhante filósofo Kierkegaard, acho que hoje essas dimensões se misturam, mesmo algumas vezes são contraditórias o que faz o homem aprender com o seu comportamento, ou repetir o comportamento defeituoso, assim continuo convicto que a moral possível é a do afeto. Neste caso é possível dosar a bondade de um homem ao observar como ele trata a esposa, os filhos e os pais idosos.
Para que serve a bondade?
Para mim a bondade é a ética equacionada, somada, sintetizada, estamos fora dos nossos limites quando somos bons e não somos éticos.
Acredita na moral e na ética, ou acha que tudo é produto de uma ficção, ficção moral para enrolar otários?
Quando você confia no seu chefe, na esposa, nos filhos e nos amigos, você deseja a confiança reciproca, quer a mesma atitude, nesse sentido a moral é um dever(kant, dever do espírito), então será uma ficção para os imorais? Muitas vezes somos imorais, o que nos difere de outras pessoas é a tentativa de agir de forma certa, mesmo que em muitos casos agimos de forma errada, concientes do erro, porém lá no fundo isso incomoda o espírito.
Se eu não me incomodo em agir errado?
A vida não pode ser um julgamento eterno até o fim, somos sempre vulneráveis ao sexo e fortuna, como diz Homero, o que diferencia a atitude ética é a definição do ser, do próprio eu, como as pessoas me enxergam, como eu devo ser visto por terceiros, como são os comentários sobre a minha pessoa quando não estou presente– isso é ética.
Quando traçamos as linhas do nosso destino não sabemos que o certo e o errado diz respeito apenas a nós mesmo, o mundo é dividido de outra forma, a batalha entre o bem e o mal é interna, depende do afeto.
O normal é escutar pelas ruas que o mundo piorou, não se escuta mais rock nas rádios, mas Rap “ostentação”, como a musica mudou, as relações tornaram-se mais rápidas e menos comprometidas, pai e filho, marido e mulher e principalmente os amigos. A verdade é que as pessoas ficaram distantes, muito distantes, pessoas ao celular, preferem a conversa por mensagem de texto, uma foto enviada a cada minuto querendo sequestrar o tempo.
Algumas coisas melhoraram com o passar do tempo, temos uma medicina melhor, vivemos mais, então o que de fato piorou, o homem ou a sociedade? A nova sociedade foi configurada para um estilo de pessoas “normais” que se preocupam com a política, mas não se envolvem, vão a igreja e não praticam, que educam o filho, mas não são exemplos de caráter, gente saudável que não fuma, não bebe. O estranho é que nunca se usou tantos remédios controlados e nunca a sociedade foi tão “pesada”.
Paradoxos, o mundo como o conhecemos, melhora aqui e piora ali, então o que importa é o indivíduo e sua moral, nem tanto a reverenciada moral religiosa, pois a religião hoje se ocupa da política, da riqueza e do sexo(da ausência, da mudança e da escolha dele, no caso gay). Certo entendo, mas afinal onde está o indivíduo e sua moral?
A vida ligada a um ardor pela sobrevivência, bem viver e a felicidade, essa vida se ocupa da moral, têm lugar para a ética?
Sim, diriam juristas, claro, vivemos de acordo com a moral, a ética é necessária nas sociedades modernas, portanto eu ensino a minha filha, meu filho a viver de acordo com a moral e os bons costumes.
Falsidade, ninguém consegue, não pode, não dá.
Momentos felizes, então? Assim a moralidade como a felicidade pode ser transitória?
A vida é desequilibrada, inútil e na maioria das vezes vivemos como crianças buscando uma diversão, sexo, uma comida ou algo para ver na TV. Há casos regulares de pessoas que gostam do trabalho(até o ponto do exagero) do dinheiro, mesmo os românticos que dizem que a vida tem um sentido amoroso, por isso quando a mulher amada não o quer mais, ele atira nela e depois na própria cabeça, no extremo sentimento egoísta de fazer do outro o seu motivo para viver.
Lembro de Kierkegaard filósofo da angústia, que escreveu sobre as três dimensões: a dimensão estética, na qual procura o prazer; dimensão ética na qual vivencia o problema da liberdade e da contradição entre o prazer e o dever; finalmente a dimensão religiosa marcada pela fé.
Brilhante filósofo Kierkegaard, acho que hoje essas dimensões se misturam, mesmo algumas vezes são contraditórias o que faz o homem aprender com o seu comportamento, ou repetir o comportamento defeituoso, assim continuo convicto que a moral possível é a do afeto. Neste caso é possível dosar a bondade de um homem ao observar como ele trata a esposa, os filhos e os pais idosos.
Para que serve a bondade?
Para mim a bondade é a ética equacionada, somada, sintetizada, estamos fora dos nossos limites quando somos bons e não somos éticos.
Acredita na moral e na ética, ou acha que tudo é produto de uma ficção, ficção moral para enrolar otários?
Quando você confia no seu chefe, na esposa, nos filhos e nos amigos, você deseja a confiança reciproca, quer a mesma atitude, nesse sentido a moral é um dever(kant, dever do espírito), então será uma ficção para os imorais? Muitas vezes somos imorais, o que nos difere de outras pessoas é a tentativa de agir de forma certa, mesmo que em muitos casos agimos de forma errada, concientes do erro, porém lá no fundo isso incomoda o espírito.
Se eu não me incomodo em agir errado?
A vida não pode ser um julgamento eterno até o fim, somos sempre vulneráveis ao sexo e fortuna, como diz Homero, o que diferencia a atitude ética é a definição do ser, do próprio eu, como as pessoas me enxergam, como eu devo ser visto por terceiros, como são os comentários sobre a minha pessoa quando não estou presente– isso é ética.
Quando traçamos as linhas do nosso destino não sabemos que o certo e o errado diz respeito apenas a nós mesmo, o mundo é dividido de outra forma, a batalha entre o bem e o mal é interna, depende do afeto.