AS MESTRAS COM CARINHO
Dona Zélia, Dona Constância, e Dona Marilena, três nomes que nunca serão esquecidos por mim. Três mestras valorosas. A primeira, Dona Zélia, por diversas vezes, colocou sua mão sobre a minha, enquanto me ajudava a mover o lápis, para que determinadas palavras surgissem no papel.
Lembro-me, com tanta clareza, do meu encantamento ao ver as palavras pintarem de cinza escuro as páginas alvas do caderno de brochura, produzido pela antiga Companhia Melhoramentos.
Aqueles cadernos tinham uma importância especial para mim, afinal, meu pai era o motorista do trator que transportava as mudinhas de pinheiro e eucalipto, para serem plantadas nos imensos espaços da reserva florestal em que morávamos. E essas mudinhas, se transformariam em árvores, que um dia se dariam em holocausto, para que cadernos como aquele em que eu ensaiava minhas primeiras frases, fossem produzidos.
Não foram poucas as vezes, que vi essa enérgica professora, se emocionar, pelo brilho que via em meu olhar, ao conseguir escrever uma frase sozinha.
Certa vez ouvi dela: "menina, você nasceu gostando das palavras, elas sabem disso, e você, também. Elas te farão companhia por toda sua vida".
Hoje, olho para trás, e vejo o quanto essa Mestra era sensível, realmente os livros, e a escrita, sempre me fizeram companhia, e me salvaram de um naufrágio emocional, em minha meninice. E continuam sendo ótimas companheiras em minha vida.
Depois, veio a Dona Constância, bem mais enérgica que dona Zélia, e eu que supunha ser isso impossível.
Exigente, me dava tarefas de casa, com várias páginas de caligrafia. Ela tinha esperança de poder melhorar minha letra, que sempre foi horrível. Mas, mesmo com toda a dedicação da esforçada Mestra, até hoje, minha letra é terrívelmente feia.
No terceiro e quarto ano da escola, foi a vez de Dona Marilena, ocupar o trono de rainha da sala de aula.
Como as duas primeiras, ela era exigente, disciplinadora, mas a mais sorridente das três, tinha um sorriso tão lindo. Ela, não sorria somente com os lábios, seus olhos também sorriam.
Com ela, a matemática ficou mais fácil, e até passei a gostar dessa matéria, que nunca chegou a estar dentre as minhas preferidas.
As minhas três professoras, reservo um lugar especial dentro do meu coração. Foram Mestras dedicadas, usaram da disciplina e do amor, na medida certa. E fortaleceram em mim o amor pelas palavras.
No entanto, verdade seja dita, elas encontraram o solo do meu interesse pelos livros, já bem preparado, e isso devo a minha mãe, que amava os livros.
Em nossas caminhadas pela ruas da vila em que morávamos, minha mãe, ia me mostrando as imensas florestas de pinheiros e eucaliptos, e me dizia: "Está vendo, Leninha, são necessárias muitas árvores como estas, para se fazer um único livro. Mas, o trabalho maior vem depois, é preciso que existam aqueles que sejam apaixonados pelas palavras, para preencher as linhas dos livros e cadernos, com muitos conhecimentos e histórias".
(imagem: vila onde vivi minha infância)
Dona Zélia, Dona Constância, e Dona Marilena, três nomes que nunca serão esquecidos por mim. Três mestras valorosas. A primeira, Dona Zélia, por diversas vezes, colocou sua mão sobre a minha, enquanto me ajudava a mover o lápis, para que determinadas palavras surgissem no papel.
Lembro-me, com tanta clareza, do meu encantamento ao ver as palavras pintarem de cinza escuro as páginas alvas do caderno de brochura, produzido pela antiga Companhia Melhoramentos.
Aqueles cadernos tinham uma importância especial para mim, afinal, meu pai era o motorista do trator que transportava as mudinhas de pinheiro e eucalipto, para serem plantadas nos imensos espaços da reserva florestal em que morávamos. E essas mudinhas, se transformariam em árvores, que um dia se dariam em holocausto, para que cadernos como aquele em que eu ensaiava minhas primeiras frases, fossem produzidos.
Não foram poucas as vezes, que vi essa enérgica professora, se emocionar, pelo brilho que via em meu olhar, ao conseguir escrever uma frase sozinha.
Certa vez ouvi dela: "menina, você nasceu gostando das palavras, elas sabem disso, e você, também. Elas te farão companhia por toda sua vida".
Hoje, olho para trás, e vejo o quanto essa Mestra era sensível, realmente os livros, e a escrita, sempre me fizeram companhia, e me salvaram de um naufrágio emocional, em minha meninice. E continuam sendo ótimas companheiras em minha vida.
Depois, veio a Dona Constância, bem mais enérgica que dona Zélia, e eu que supunha ser isso impossível.
Exigente, me dava tarefas de casa, com várias páginas de caligrafia. Ela tinha esperança de poder melhorar minha letra, que sempre foi horrível. Mas, mesmo com toda a dedicação da esforçada Mestra, até hoje, minha letra é terrívelmente feia.
No terceiro e quarto ano da escola, foi a vez de Dona Marilena, ocupar o trono de rainha da sala de aula.
Como as duas primeiras, ela era exigente, disciplinadora, mas a mais sorridente das três, tinha um sorriso tão lindo. Ela, não sorria somente com os lábios, seus olhos também sorriam.
Com ela, a matemática ficou mais fácil, e até passei a gostar dessa matéria, que nunca chegou a estar dentre as minhas preferidas.
As minhas três professoras, reservo um lugar especial dentro do meu coração. Foram Mestras dedicadas, usaram da disciplina e do amor, na medida certa. E fortaleceram em mim o amor pelas palavras.
No entanto, verdade seja dita, elas encontraram o solo do meu interesse pelos livros, já bem preparado, e isso devo a minha mãe, que amava os livros.
Em nossas caminhadas pela ruas da vila em que morávamos, minha mãe, ia me mostrando as imensas florestas de pinheiros e eucaliptos, e me dizia: "Está vendo, Leninha, são necessárias muitas árvores como estas, para se fazer um único livro. Mas, o trabalho maior vem depois, é preciso que existam aqueles que sejam apaixonados pelas palavras, para preencher as linhas dos livros e cadernos, com muitos conhecimentos e histórias".
(imagem: vila onde vivi minha infância)