Memórias

Tudo o que exala de um verdadeiro coração, transcende na memória. Como as palavras cantantes inspiradas em ti, que fugiam de mim. Me perdia inertemente em seus olhos suplicantes.

Rivais de nós mesmo, lutamos pela única dose de amnésia que nos livrará da dor, mas se eu morrer dentro de ti, apague a luz para que eu não dê adeus ao meu sol. Quero adormecer e somente ver o mundo quando não houver mais rastros seus.

Dias e noites enquanto atuava em meus pesadelos e sonhos, sua miragem atravessava por lugares desconhecidos, onde meus pés jamais alcançariam, despertando com todo o sentimento herdado, chamei pelo seu nome em pensamentos.

Cicatrizes de tristes jornadas nos colocam nessa batalha sem fim. Esse laço cortante que nos move e une, é o mesmo que morrerá amanhã. Tua partida é sempre como as ondas, previsíveis e temerosas, trazem tempestades silenciosas, inebriantes como vinho e canções vivas.

Palavras de fogo e aço lançadas de um coração partido ferem pessoas amadas. Tão injusto quanto esse destino dominado por inimigos anônimos. Nessa guerra oculta onde habitamos por tempos, tudo cessa quando meus olhos se confortam nos seus, ignorando nossas memórias.

Contudo, minha ira efêmera e frágil, tão vulnerável à sua voz, é incapaz de reinar sobre o abraço gélido e puro que consola seu sono em dias nublados. Deixe o tempo, deixa o vento, deixe amanhecer.

Lu Veríssimo Art
Enviado por Lu Veríssimo Art em 14/10/2013
Código do texto: T4524843
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