Detenha-me se for capaz

Ninguém vai me deter quando eu for verde e raivoso como o incrível hulk

ou quando eu tiver quem sabe quatro antenas sensíveis na minha fuça

fazendo contatos alienígenas no espaço.

Ninguém vai me deter pois eu tenho ainda cogumelos disponíveis e preciso encontrar a princesa peach no caminho antes do game over.

Ninguém nunca vai me deter porque este castelo será meu e o nino já tem uns 300 anos de cansaço.

Eu grito que ninguém vai me deter porque eu tenho que lutar para não ser engolido pelo dinossauro gigante que a mamãe vive dizendo que não existe, mas eu acredito mesmo que ele só saiu pra jantar.

Eu serei destemido e valente como os super-heróis e não vou sair por aí comendo o cérebro das pessoas como o zumbi daquele conto.

Ninguém vai me deter pois eu sou o mais terrível e o mais perverso monstro daquela história e porque eu tenho que lutar para sobreviver nesse playground até o papai vir me buscar.

Mas vendo a vida como eu vejo agora, eu cresci bem uns 70 centímetros e não superei ninguém. Deteram-me na fila do supermercado, do banco, da escola, do hospital. Nunca fui detido pelo agente policial, mas deve ser também porque eu não sou destemido em nada. Prazer, 12 de outubro, eu sou o zumbi que vive comendo o cérebro do mundo feito autossabotagem e ando lento - quase parando - para descansar da minha vencibilidade.

Lena Martins e Ventura Rodrigues
Enviado por Lena Martins em 13/10/2013
Código do texto: T4522947
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