COMPREENSÃO E LEI CÓSMICA.

“A LEI CÓSMICA SE CUMPRE INDEPENDENTE DE NOSSA COMPREENSÃO.” “Colher o que se planta, o que se tem de discernimento, cada um num grau de consciência em evolução."

Lilian Reinhardt.

Estamos diante da causação, lei de causa e efeito. E ela não é transcendente. Fica à mercê da razão.

É uma racionalidade posta por Lilian, encimada, da qual participamos como credo, que faz pensar nessa trama que nos envolvemos, os homens que se articulam a pensar nas origens, insondáveis, e consequências da ordem dos fenômenos ocorrentes com as pessoas.

Kant e sua revolucionária escola suprimiu uma parte da metafísica, a que ultrapassa a experiência. Os portais da metafísica se reduzem a Deus, liberdade e imortalidade da alma. A metafísica ainda que relegada à indiferença, é um "destino singular da razão humana", se prende a uma vocação natural, aos segredos que a razão não atinge, entendia Kant.

Faz parte do homem procurar respostas, tentar abrir a porta sempre fechada que ultrapassa a racionalidade, acrescentava.

Kant responde com simplicidade de sua alta complexidade que “ a razão humana não pode evitar as questões metafísicas — são o seu destino — mas não é capaz de lhes dar uma resposta científica.”

Ao colocar a questão da cientificidade da metafísica, Kant não esconde que a resposta está dada: a metafísica não é uma ciência. Tratará de sua ausência de origem na razão. Quem tratou diversamente o transcendentalismo o fez como dogma, o que se torna impossível. Falta desse passo credibilidade.

Como nada se pode negar diante da relatividade, também o transcendentalismo assim está posto, e não se tem padrão exato para contrariar a expressão que abre a crônica.

Quem pode dizer em contrário, que a lei cósmica não se cumpre por circunstâncias alheias à nossa vontade?

Quem pode dizer que nossa existência não se projeta por um ato de escolha preso à relação cósmica que se abaterá sobre nós?

E onde está a raiz da escolha, como ela nasce? Em qual momento a opção da semeadura que fará inevitável a colheita se deu? E se tomou o rumo do bem ou do mal, da omissão ou da boa ação, se deve a quê?

Nem Kant teve a ousadia de indicar, somente apontou a lei de causa e efeito como irrespondível diante da experiência. Não sepultou a metafísica, ao contrário, " as questões metafísicas são o seu destino", o destino do homem, não a recebeu como ciência, ajustou-lhe a credibilidade. Deus, liberdade e imortalidade só podem ser objetos de uma fé ou crença para a qual encontraremos, razões da Lei Moral. Somente critica Kant capacidades e limites da razão. Por isso na obra que faz este "julgamento", Crítica da Razão Pura, trata-se de autocrítica da razão.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/10/2013
Reeditado em 12/10/2013
Código do texto: T4522028
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