Bucólica coincidência
BUCÓLICA COINCIDÊNCIA
Como é bom e lindo recordar!
Vive-se mais um pouco, anseia-se pelo futuro, e a vida torna-se calma, tranqüila, com o sol brilhando a pino.
Foi na bela Florianópolis, na antiga cidade chamada Desterro, a terra onde nasci.
Ainda conservo bem nítida em minha memória e todo o meu ser estremece, ao recordar o balanço repousante das ondas do mar, que tanto embalaram meus sonhos de adolescente e que, ao entardecer, ainda contagiada pelas doces lembranças, traziam ao meu espírito as luzes e o esplendor de um saudável viver.
Com que saudade, recordo toda aquela ilha de Sta Catarina.
O sino da Catedral de Floripa com suas badaladas sonoras e o sibilar do vento sul, me faziam meditar.
Alguns anos se passaram.
Vim ao Paraná, terra dos pinheirais. Rumei para o interior, norte do Paraná-Apucarana-terra benfazeja, onde o colono impunha sua enxada e, onde em se plantando tudo dá.
Lá nasceram meus filhos. Lá amadurecemos.
E foi lá, numa tarde fria de outono, quando ao contemplar as extensas áreas floridas, aqueles cafezais, tais como lençóis brancos estendidos, e parecendo neve, que me transportei, como em sonho, para minha terra natal.
Quanta felicidade!
Lá estava à minha frente o mar, como que florescendo, movimentando-se.
Que visão maravilhosa!
CAFEZAL FLORADA, NEVE E O BALANÇO DAS ONDAS DO MAR.
E nesta contemplação, não percebi que o sol ia se escondendo, e que a lua, surgindo por entre as nuvens, anunciava um belo entardecer.
Curitiba/ 2007.
Página da autora, inserida no livro: Quando florescem os cafezais.
Dinah Lunardelli Salomon