Cena de Sangue num Bar na CSB 3

Não foi a antiga rivalidade entre as Polícias Militar e Civil que deu causa à tragédia. Um desentendimento pessoal entre dois "amigos" dessas corporações chegou às vias de fato.

Na madrugada desta quarta-feira, por volta de 2h, ouviu-se um barulho estranho, inicialmente confundível com fogos de artifícios ou descarga elétrica. Mas os rumores se acentuaram; pessoas correram, ouvia-se vozes alarmando, curiosos saindo dos prédios para se certificarem do ocorrido.

Em poucos minutos a viatura chegou. A ambulância do SAMU também. Estavam lá dois corpos no chão. Um morto, outro que levou três tiros, agonizando.

No bar perturbador das madrugadas acontecera o que já se previa dos "pés-inchados" daquele boteco. A quadra ficou repleta pelos que, despertos àquela hora, assistiam à cena e bisbilhotavam o fato: desentendendo-se os dois "amigos", o policial militar acertou o civil que veio a óbito logo após balear o agressor. Fato consumado, crime a provocar comentários perplexos. Quem se preparou para dar segurança ao cidadão e protegê-lo, age de modo contrário e porta-se como bandido. Que fazem dois policiais à paisana, mas portando armas, num boteco de quinta àquela hora? Que bebam, que frequentem o que quiserem. Mas, fora das suas atividades, por que armados? O caso levantou polêmica entre autoridades e os proprietários de bares, restaurantes, casas noturnas, locais de diversões onde os policiais chegam abusando do poder, dando carteiradas, com acesso gratuito e, o mais absurdo, consomem e saem sem pagar. Isto é o cúmulo! Desabafou um empresário: "Já imaginaram um estabelecimento de grande porte no qual os clientes vêm a saber que entre eles estão policiais não uniformizados mas armados? Os clientes deixarão de frequentar o estabelecimento, que irá à falência". Enquanto fez esse desabafo a TV mostra cenas de um policial (à paisana) ameaçando atirar no primeiro que reclamar por ele estar armado. Agora eu reflito com você, leitor: um cara desse, assim como os que protagonizaram a cena cena de sangue no bar estão preparados para serem policiais e garantirem a segurança pública? O Secretário de Segurança Pública do DF argumentou: "Não vou me pronunciar, pois este é um fato isolado que não caracteriza a maioria dos que fazem a segurança: são homens de bem e bem formados". Eu não discordo disso.

Roney Stemeler
Enviado por Roney Stemeler em 10/10/2013
Reeditado em 10/10/2013
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